Fenprof estima que mais de 100 mil alunos possam começar aulas sem todos os professores
A Federação Nacional de Professores estima que mais de 100 mil alunos possam iniciar as aulas sem todos os docentes. Num balanço ao ano letivo, a avaliação é "negativa" e a Fenprof admite convocar greve no 1.º período.
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A partir de 13 de setembro a Fenprof vai criar um "contador de alunos sem professor". Em 2021, "entre 100 a 120 mil alunos não tinham todos os professores no início das aulas, este ano prevemos que vá ser pior", admitiu o secretário-geral esta terça-feira. Numa conferência de Imprensa de balanço do ano letivo, Mário Nogueira deu "nota negativa" ao ministro da Educação e ao Governo pela falta de recursos humanos, a ausência de respostas quanto à valorização da carreira para contrariar a "crescente falta de professores", descentralização de competências e pelas "trapalhadas" com as novas regras na mobilidade por doença.
"Quase três mil professores (2876) a quem foi reconhecida doença incapacitante não conseguiram colocação", frisou, criticando a distribuição de vagas por grupos de recrutamento. "Alertámos que seria um erro. "Azar o cancro devia ter atacado um professor de Inglês em vez de Filosofia. A doença não escolhe disciplinas", insistiu. Nogueira voltou a criticar as alterações ao regime, considerando que os resultados divulgados ontem só vão aumentar as baixas médicas no próximo e nada contribuir para diminuir a escassez de professores.
Em ano que se prevê recorde em termos de aposentações e sem fé na eficácia das medidas anunciadas, como o completar de horários incompletos nas regiões com mais falta de docentes, o líder da Fenprof receia que aumente ainda mais o número de alunos sem todos os professores.
A próxima reunião com o ministério da Educação está agendada para 4 de agosto.