O diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Fernando Araújo, admitiu que "poderão ser encerradas maternidades" no próximo ano. "Ainda estamos a analisar planos", disse o responsável, esta quinta-feira à noite.
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Fernando Araújo adiantou, em entrevista à RTP1, que tem visitado muitas unidades de saúde, onde constatou as diferentes realidades de acesso às urgências de ginecologia e obstetrícia. "Não é fácil, no interior, ter uma urgência a uma hora de distância", apontou. O diretor-executivo do SNS não descartou o fecho de maternidades e referiu as regiões de Lisboa e Vale do Tejo, do Norte e da Beira Interior como as possíveis visadas. "Para o próximo ano, teremos de tomar decisões nesse sentido", afirmou.
O plano do SNS para colmatar os constrangimentos nas urgências de obstetrícia e ginecologia no período do Natal e do Ano Novo, denominado "Nascer em Segurança", poderá ser mesmo prolongado no tempo. "Não é um plano a curto prazo, é a médio prazo", disse. "Até termos capacidade suficiente de médicos", quer para receber os recém-formados, quer para atrair novamente os especialistas que saíram do serviço público de saúde, acrescentou.
Fernando Araújo não colocou ainda de parte a hipótese de concentrar urgências especializadas, como urologia ou gastroenterologia, em determinados hospitais. Servirá para dar uma "resposta de proximidade, segura e com qualidade", afirmou.
O despacho sobre o novo regime de pagamento das horas extraordinárias aos médicos termina a 31 de janeiro, mas haverá um outro, que será temporário. O diretor-executivo referiu que o diploma será revisto. Porém, o responsável defende que o futuro passa por "reforçar o ordenado-base dos médicos", sendo que o processo negocial com os sindicatos ainda está a decorrer.