A segunda volta das eleições no Grande Oriente Lusitano realizou-se no passado sábado e saldaram-se por uma vitória do economista Fernando Cabecinha, antigo número dois do grão-mestre cessante, com 775 votos. O candidato derrotado, o advogado Carlos Vasconcelos, alcançou o voto de 515 dos "irmãos".
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Este resultado é oficioso e provisório, numa altura em que faltam apurar ainda os votos de três lojas. Todavia, a diferença entre os dois candidatos é de 260 votos e as três lojas em questão reúnem apenas 41 membros com capacidade de voto. O escrutínio terá ainda que ser validado pelo Tribunal Maçónicos.
Fernando Cabecinha quer "aprimorar" a seleção de candidatos
Fernando Cabecinha, de 67 anos, apesar da idade, é visto como um homem de ideias novas. O vencedor trabalhou com o grão-mestre cessante na empresa Galilei (antiga Sociedade Lusa de Negócios, que detinha a 100% o BPN), mas rompeu com Fernando Lima há muitos anos e, até por isso, é visto como uma rutura genealógica na maçonaria.
Uma das ideias que Cabecinha trouxe para o debate na obediência foi a da necessidade de "aprimorar a qualidade da seleção dos candidatos". Para alguns maçons este foi um dos problemas que conduziu ao descrédito em que se encontra a maçonaria, particularmente o GOL. Os maçons com quem o JN falou defendem que Cabecinha será mais favorável à abertura da obediência à sociedade e que pode, inclusivamente, ser a favor da inclusão de mulheres.
O candidato derrotado, Carlos Vasconcelos, também ele militante do PSD, era até agora o grão-mestre adjunto. O advogado vimaranense representava a continuidade da liderança de Fernando Lima, que estava no cargo desde 2011 e fica ligado a um período em que a instituição sofreu com episódios que denotam alguma degradação moral.
Nem todos tem direito de voto dentro da obediência maçónica
Os recém-chegados há maçonaria, ao longo primeiro ano, são designados "aprendiz". O grau seguinte é o de "companheiro" e tem a duração de mais um ano, portanto, só ao fim de dois anos na obediência é que o maçon adquire o direito de votar para escolher o grão-mestre.
Nas eleições do passado sábado podiam votar cerca de 2017 membros - apenas os mestres têm esse direito -, destes votaram 1311 (65%).