Estudantes africanos, residentes em Roma, vão manifestar-se este domingo, na Praça de S. Pedro, em solidariedade com Bento XVI, agradecidos pelas mensagens que deixou em África e pelas suas declarações sobre a luta contra a sida.
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Dirão "não à especulação em África, à instrumentalização da mensagem do Papa para o continente e à vontade de fazer da região um dos principais mercados de preservativos"; e dirão sim "às curas eficazes para a sida em África e à educação".
A mensagem sublinha, também, "as prioridades absolutas do continente: dinheiro, água, energia, curas médicas, estabilidade familiar, trocas comerciais que facilitem as exportações de produtos africanos, e não apenas a exportação de matérias-primas, bem como a valorização da região e as acções contra a exploração dos recursos naturais".
Bento XVI tem razões para agradecer a "festa africana" na sua visita às capitais dos Camarões e de Angola, com vista para todo o continente. Várias mensagens marcaram a sua visita de sete dias, de 17 a 23 do corrente, com um apelo inadiável: "eliminar a injustiça, a pobreza e a fome", onde quer que elas se encontrem.
As intervenções de Bento XVI nos Camarões tiveram sempre uma perspectiva aberta sobre todo o continente, particularmente visível na entrega solene do documento que orientará os trabalhos da II Assembleia Especial do Sínodo para a África. Deixou claro que a Igreja acredita que pode fazer a diferença em África, ao serviço da reconciliação, da justiça e da paz. Entre as dificuldades evidenciadas por Bento XVI, destacam-se o etnocentrismo ou o tribalismo que, muitas vezes, estão por detrás de outros problemas - conflitos, nepotismo e corrupção e impunidade.
Em Luanda, pediu aos angolanos que não se rendam "à lei do mais forte, porque Deus concedeu aos homens asas para voar sobre os seus defeitos e limitações", recordando que, em Angola, ainda há "tantos pobres que reclamam pelo respeito dos seus direitos".
Por várias vezes, o Papa afirmou que chegou a hora de esperança para a África. "A África é chamada à esperança através de vós e em vós", disse aos católicos. Frisou que os africanos devem ser "agentes primários do seu próprio desenvolvimento". E a Igreja Católica é chamada a ser a primeira anunciadora da esperança, ajudando os africanos a acreditar que um outro mundo é possível.