Fomos e ainda somos um país de emigração. Hoje somos um país com muitos imigrantes vindos de perto ou de longe. Já deveríamos ter mais sensibilidade para os migrantes e refugiados, em particular para as crianças, tantas vezes sujeitas, como diz o presidente da Comissão Episcopal da Mobilidade Humana (CEMH), D. António Vitalino, bispo de Beja.
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O bispo de Beja lembra "os filhos dos imigrantes nascidos em Portugal, muitos deles votados à marginalidade, sem documentos nem registo de existência, excluídos pelo país onde nasceram e não aceites pelo país de origem dos pais por não os considerar seus. A estes é preciso fazer justiça, dando-lhes uma identidade e nacionalidade, pois não conhecem outro país senão aquele que os viu nascer e que, ao excluí-los, está a contribuir para que surjam organizações juvenis marginais, muitas vezes criminosas e identificadas com determinada origem étnica, que são, na verdade, uma forma de defesa contra um meio social que lhes é hostil".
Tudo isso é dito a propósito da Semana Nacional das Migrações, de 8 a 15 de Agosto próximo, que, em Portugal, se realizará sob o lema "Com Francisco e Jacinta acolher Cristo nos migrantes e refugiados menores".
D. Vitalino alerta: "embora muitos digam que emigram por causa da família, sobretudo dos filhos, para lhes dar um futuro melhor, no entanto acabam por prejudicá-los ao pensar apenas nos valores financeiros e económicos". Fala das crianças que "vivem em condições desumanas, sem alimentação conveniente, sem cuidados de saúde, sem higiene e sem casa, sem escola adequada".
Há muitas crianças desamparadas em Portugal!