FNAM explica pausa em reunião com Governo: "Não podemos assinar cheques em branco"
A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) pediu um intervalo na reunião com o Ministério da Saúde, esta terça-feira à tarde. O encontro esteve num impasse, mas a organização sindical já regressou ao encontro.
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A FNAM, presidida por Joana Bordalo e Sá, terá pedido um intervalo ao Ministério da Saúde, ainda antes de a reunião se ter iniciado. O período de ausência foi pedido sem qualquer explicação, sabe o JN. A organização sindical terá estado ausente por um período de uma hora, mas já regressou ao encontro.
Roque da Cunha, secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), esclareceu aos jornalistas, à porta do Ministério da Saúde, que a FNAM quis conhecer o diploma aprovado em Conselho de Ministros e já promulgado pelo presidente da República sobre a dedicação plena. "Ainda nem sequer começamos a discussão", disse o dirigente sindical, por volta das 18.30 horas. "Estamos muito longe do acordo", acrescentou.
O secretário-geral do SIM diz querer "ajudar a resolver o problema no SNS" e não querer perder-se em "questões procedimentais" ou de "atitude". Questionado pelos jornalistas sobre se a reunião será longa, Roque da Cunha acredita que nada ficará decidido esta terça-feira e terá de haver uma nova reunião.
"O mês de novembro será dramático, como será dramático o mês de dezembro e o próximo ano, se o Governo não entender alterar a grelha salarial de uma forma faseada. Muito dificilmente estes problemas serão ultrapassados", apontou.
Também, mais tarde, a dirigente da FNAM disse que a ausência da reunião foi motivada pelo desconhecimento dos diplomas relacionados com a dedicação plena e as reformas da Unidades Locais de Saúde (ULS). "Não podemos assinar cheques em branco", afirmou Joana Bordalo e Sá.
Tanto a FNAM como o SIM foram convocados para uma reunião com o Governo, esta terça-feira à tarde, para resolver o impasse no Serviço Nacional de Saúde (SNS), nomeadamente nas urgências onde se têm registado vários encerramentos e constrangimentos nos horários de funcionamento.
Mais de 2500 médicos em todo o país entregaram minutas a recusar a realização de mais 150 horas extraordinárias por ano, o limite previsto por lei.