Três incêndios rurais estavam a ser combatidos por 1368 homens, pelas 15.30 horas deste sábado, nos concelhos de Mação, em Santarém, e de Gavião, em Portalegre.
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De acordo com a informação avançada no site da Autoridade Nacional de Proteção Civil, o incêndio de Gavião, que deflagrou por voltas das 17 horas de quinta-feira, estava, às 15.30 horas, com duas frentes ativas e a ser combatido por 535 operacionais, apoiados por 158 meios terrestres e 13 meios aéreos.
De acordo com o vice-presidente do município, segundo o qual "não há populações em risco", o vento forte e as temperaturas altas são os principais obstáculos que os bombeiros estão a encontrar.
"Com os meios que estão no terreno e com o excelente trabalho dos meios aéreos esperamos, é a previsão, dominar estas duas frentes ativas. O perímetro do incêndio é muito extenso o que dificulta e divide muitos os meios envolvidos", acrescentou.
Em Mação, mantinha-se ativo, à mesma hora, o incêndio com uma frente, sendo o combate das chamas feito por 833 operacionais, 240 veículos e quatro meios aéreos. O fogo afetou, na noite passada, três casas de primeira habitação e deixou sete pessoas feridas, segundo a Proteção Civil.
Equipas reforçadas
A adjunta nacional de operações da Proteção Civil, Patrícia Gaspar, e o primeiro-ministro, António Costa, anunciaram, este sábado, o reforço de patrulhas de dissuasão e vigilância nas florestas, em resultado da declaração de calamidade pública com efeitos preventivos, decretada na sexta-feira.
Todos os distritos do país, à exceção de Évora, Lisboa e Setúbal, estão sob o aviso vermelho da Proteção Civil, reforçando o estado de prontidão e a capacidade de resposta dos meios operacionais nesses distritos.
Sobre os incêndios dos últimos dias, Patrícia Gaspar destacou o "comportamento absolutamente extremo" dos fogos, lembrando que em Mação (Santarém), por exemplo, o fogo conseguiu percorrer dez quilómetros em duas horas.
A declaração de calamidade pública, ativada às 14 horas de sexta-feira, deverá prolongar-se até às 24 horas de segunda-feira, em cerca de 155 concelhos, sobretudo das zonas centro e interior norte do país, face ao "risco acrescido de incêndio nestes concelhos que se irá agravar progressivamente" no período de tempo abrangido.
António Costa deixa alerta à comunidade: "Todos somos bombeiros"
De visita ao dispositivo de prevenção e combate a incêndios, o primeiro-ministro aproveitou para parabenizar o trabalho das autoridades (GNR e PSP), dos bombeiros - que considera a "espinha dorsal da Proteção Civil" - e das Forças Armadas.
A Força Aérea disponibiliza um avião de vigilância para o Norte e Centro e outro para o Sul do país, importantes para detetar focos de incêndio e possíveis "movimentações suspeitas", afirmou o primeiro-ministro, referindo-se aos casos de fogo posto.
Costa reforçou ainda a ideia de responsabilidade comum, deixando um alerta à sociedade civil, que tem o dever de prevenir fogos. "Todos somos bombeiros", rematou.