A Associação Nacional de Grupos de Forcados marcou para o dia 27 deste mês uma ação de protesto, em vários pontos do país, contra as políticas do Governo para a tauromaquia, na sequência da pandemia.
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Cumprindo o plano de desconfinamento faseado apresentado pelo Governo, as salas de espetáculo, teatro e cinemas reabriram no dia 1 de junho. A 4 de maio, tinham reaberto as livrarias, bibliotecas e arquivos, e a 18 desse mês os museus, monumentos, palácios, galerias de arte e similares. Os profissionais do setor das tauradas não querem ficar para trás. E, por isso, a Associação Nacional de Grupos de Forcados (ANGF) anunciou hoje uma iniciativa de protesto, que vai decorrer "pelo menos" em 20 localidades de Portugal continental e nos Açores, pelas 10 horas do dia 27.
"Clara e inaceitável ditadura de gosto"
Sob o lema "A cultura não se censura", a ANGF considera que o setor tauromáquico tem vindo a ser "injustamente discriminado e censurado" pelo Governo, numa "clara e inaceitável ditadura de gosto" por parte do Ministério da Cultura.
"Os milhões de portugueses que são aficionados e que representam este setor, que está intrinsecamente ligado a Portugal e aos portugueses, têm sido ignorados, maltratados e os seus valores sociais e culturais totalmente postos à prova", lê-se no comunicado. Na sequência do encerramento das praças de touros devido à pandemia, "há milhares de pessoas" que vivem deste setor e que estão a "passar enormes dificuldades financeiras", porque o Governo decidiu que "não podem trabalhar".
Os protestos vão decorrer junto às praças de touros de Lisboa, Alcochete, Alenquer, Chamusca, Moita do Ribatejo, Portalegre, Montijo, Azambuja, Arruda dos Vinhos, Vila Franca de Xira, Beja, Caldas da Rainha, Coruche, Évora, Montemor-o-Novo, Moura, Samora Correia, Santarém, Tomar e na Ilha Terceira, nos Açores. Nas manifestações, são esperados os grupos de forcados associados (cerca de 40), tertúlias taurinas, cavaleiros, ganadeiros, matadores de touros e novilheiros, bandarilheiros, campinos, emboladores, bandas de música, escolas de toureio e empresários, além de aficionados.
De acordo com a ProToiro, a pandemia cancelou 70 espetáculos e provocou um prejuízo de quase cinco milhões de euros
"De uma forma totalmente ordeira e ordenada, sem palavras de ordem, respeitando os demais cidadãos, iremos demonstrar, para já localmente, a nossa indignação para com o comportamento inaceitável deste Governo", acrescentam os representantes dos forcados.
No início do mês, a ministra da Cultura disse que os espetáculos tauromáquicos vão poder ser retomados "assim que as regras" para esse reinício "estiverem aprovadas pela Direção-Geral da Saúde". Antes, em maio, a ProToiro - Federação Portuguesa de Tauromaquia tinha defendido que a atividade deveria ser retomada no dia 1 de junho.