Os Fundos Europeus Estruturais e de Investimento (FEEI) financiaram, até ao final da década passada, cerca de um milhão de formações a desempregados residentes em Portugal. O número está entre as conclusões da avaliação do Portugal 2020 que é divulgada esta sexta-feira.
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Segundo o documento da Agência para o Desenvolvimento e Coesão, Portugal "teria maior dificuldade em implementar uma política eficaz de promoção das qualificações da população" sem os FEEI.
Através dos vários programas cofinanciados por Bruxelas, Portugal atingiu a marca de um milhão de desempregados formados, sendo que os participantes nas formações apresentaram uma probabilidade "18 vezes superior de trabalhar pelo menos um dia no ano seguinte" ao da formação, quando comparados com os desempregados que não participaram.
Cerca de 25% das formações destinaram-se a desempregados com idade entre os 35 e os 44 anos. Houve cerca de 650 mil mulheres formadas, quase o dobro dos homens (350 mil).
Doutorados não saem
Apesar do efeito positivo no emprego e na economia, os FEEI não foram capazes de transferir conhecimento dos doutoramentos para o tecido empresarial. Dos 17 formandos mil que concluíram o doutoramento até 2015, um terço teve bolsa financiada pelos FEEI e, destes, apenas 7% integraram o mercado de trabalho não académico.
Quase todos os doutorados com bolsas financiadas pelos FEEI estão a trabalhar na academia onde se doutoraram ou optaram pelo pós-doutoramento, que tem "enquadramento de emprego científico, ainda que em condições precárias", diz a avaliação.