A cidade do Porto acordou cercada por uma nuvem de fumo, de tal forma opressiva que dificultava a respiração a quem saiu à rua na Invicta durante as primeiras horas da manhã desta sexta-feira.
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Onde há fumo, há fogo. E embora não seja na cidade, o Porto está cercado por incêndios em concelhos limítrofes, particularmente nas zonas de Trofa e Santo Tirso, os mais próximos, e também Amarante, entre outros. Era daí que vinha o fumo que cercava a cidade pela manhã.
Segundo fonte da Proteção Civil do Porto, os vários fogos que lavraram durante a noite e madrugada estão "controlados", apesar dos vários reacendimentos noturnos, prontamente combatidos pelos bombeiros.
Foram quase 20 incêndios, todos florestais, sem feridos a registar ou danos em habitações. Ainda segundo a Proteção Civil, não havia povoações em perigo.
Mais de 100 bombeiros, com o apoio de cerca de treze dezenas de viaturas, estavam envolvidos em operações de rescaldo em quase 20 fogos no distrito do Porto, às primeiras horas da manhã desta sexta-feira.
O mais significativo estava a consumir mato no lugar de Querelo, na freguesia de Covelas, na Trofa. Concentrava 32 operacionais, de 13 corporações de bombeiros do distrito do Porto, desde Vila do Conde a Valongo.
O ar difícil de tragar é que deve manter-se por mais horas no Porto, mas especialmente nos concelhos mais afetados pelos fogos. A diminuição da força do vento vai ajudar ao trabalho dos bombeiros, mas dificulta a dissipação do fumo.
O distrito do Porto é apenas um dos afetados por uma vaga de incêndios que cobre o país, arrastada pelas temperaturas elevadas dos últimos dias, e que devem manter-se mais uma semana.
Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), mais de 70 concelhos dos distritos de Santarém, Leiria, Coimbra, Viseu, Castelo Branco, Portalegre, Guarda, Vila Real, Bragança e Faro apresentam hoje um perigo máximo de incêndio rural.
E, ao contrário do que acontece no Porto, há distritos e concelhos em que os incêndios causaram feridos e ameaçam habitações. Às 7 horas, segundo a Agência Lusa, quatro grandes incêndios continuavam ativos nos distritos da Guarda, Bragança, Aveiro e Santarém, e neste, o número de feridos ligeiros subiu para seis, de acordo com informação da proteção civil.
A essa hora, quase 1400 operacionais combatiam os quatro grandes fogos localizados em Ourém (distrito de Santarém), Benespera (Guarda), Carrazeda de Ansiães (Bragança) e Sever do Vouga (Aveiro).