Fundação da Jornada da Juventude tem 31,3 milhões de euros de lucro, valor "acima do previsto"
A Fundação Jornada Mundial da Juventude (JMJ) anunciou, esta sexta-feira, ter tido um resultado positivo de 31,357 milhões de euros em 2023, ano da organização do evento ocorrido em Lisboa. O valor, "acima do previsto", será usado para apoiar crianças e adolescentes de Lisboa e Loures, porque "o dinheiro é dos jovens".
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Num comunicado distribuído na sessão, em Lisboa, a fundação frisa também que a JMJ “ultrapassou os 400 mil peregrinos inscritos”. O “número mágico” surpreendeu Américo Aguiar: “Nunca pensei que chegássemos lá”, confessou o bispo de Setúbal, que foi substituído na liderança da fundação pelo cónego Alexandre Palma. Aguiar realçou que o número de inscritos foi superior ao da JMJ de 2016, em Cracóvia, e semelhante ao da de 2011, em Madrid.
Segundo o comunicado, os 31,3 milhões de euros de lucro – cerca de 35 milhões no total desde a criação da fundação, em 2020 – serão postos a render e aplicados “no desenvolvimento de projetos de apoio a jovens” dos concelhos de Lisboa e Loures, onde a JMJ teve lugar. “O dinheiro é dos jovens”, vincou Alexandre Palma, adiantando que os projetos a realizar serão de cariz religioso e educativo.
Ainda de acordo com a informação escrita que foi transmitida aos jornalistas, os resultados operacionais da Fundação JMJ em 2023 “somaram 74,552 milhões de euros, resultantes de contribuições/inscrições de peregrinos”. Os gastos ficaram-se pelos 43,360 milhões de euros, a grande maioria dos quais (96,37%, equivalentes a 41,7 milhões) destinados a adquirir fornecimentos e serviços externos.
Américo Aguiar chegou a temer que JMJ desse prejuízo
Embora Américo Aguiar tenha feito um “balanço positivo” do trabalho da fundação, disse ter chegado a temer que a JMJ gerasse prejuízo. Confidenciou ainda que o preço dos autocarros e da alimentação lhe foi “tirando o sono”, por ter sido, com frequência, superior ao esperado.
Américo Aguiar fez um extenso rol de agradecimentos, que incluíram o Estado e grandes empresas privadas que ajudaram à realização da JMJ. Estendeu os cumprimentos às Forças Armadas, às polícias, aos partidos, aos "cidadãos anónimos" e até a quem foi contra a realização do evento, referindo que isso ajudou a aumentar a “transparência”.
Reforçando os agradecimentos, o cardeal e bispo de Setúbal procurou levantar a moral dos portugueses, que "às vezes têm a autoestima em baixo": "Quando temos um desafio comum que todos agarram, somos capazes de fazer o melhor", atirou.
A sessão serviu ainda para apresentar um estudo do impacto da JMJ, feito pelo ISEG e apresentado por Nuno Valério. De acordo com os resultados apurados, a Jornada gerou um impacto na atividade económica de, pelo menos, 370 milhões de euros, dos quais cerca de 290 milhões se terão concentrado na região de Lisboa.
De acordo com o mesmo estudo, o evento terá ainda gerado 10 mil postos de trabalho no terceiro trimestre de 2023, a maioria dos quais também na Grande Lisboa. Tratou-se naturalmente, conforme sublinhou Nuno Valério, de um impacto de curto prazo.