O Fundo Ambiental vai financiar projetos desenvolvidos por 19 freguesias em todo o país na área da economia circular, com um montante global de 500 mil euros a distribuir pelos vários planos a desenvolver.
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Em causa estão iniciativas muito diversificadas, como o reaproveitamento das areias que assoreiam o rio Pepim, em Aveleda, Bragança, ou o fomento da economia local de Ramalde, Porto, através de uma oficina e loja social, aproveitando equipamentos comunitários novos ou renovados. Já a União de Freguesias de Seide, Famalicão, quer implementar uma solução que integra um ateliê de conservação, recuperação e transformação de roupas e um mercado de trocas, a instalar num espaço público desaproveitado.
O Fundo Ambiental tem 500 mil euros para projetos que contemplam iniciativas com impacto reconhecido na transição para a economia circular. O Aviso JUNTAr+, lançado pelo Ministério do Ambiente, recebeu 48 candidaturas, todas consideradas elegíveis. Após avaliação dos projetos, foram selecionadas 19.
Candidaturas aprovadas
Aqueles projetos resultam de candidaturas aprovadas ao Fundo Ambiental, designado JUNTAr+, que tem por objetivo "a promoção de soluções locais de economia circular, demonstrando os benefícios económicos, sociais e ambientais associados a pequenos projetos de recolha seletiva, de reutilização de bens e equipamentos e de reparação", indicou uma fonte do Ministério do Ambiente e da Ação Climática.
O projeto da União de Freguesias de Aveleda e Rio de Onor põe a investigação científica ao serviço da comunidade, através da recuperação e reutilização dos inertes que invadiram o rio Pepim, arrastados pelas águas pluviais das escombreiras das antigas Minas de Estanho do Portelo, no Parque Natural de Montesinho. O presidente da Junta, Mário Gomes, explicou que a freguesia estabeleceu uma parceria com o Instituto Politécnico de Bragança para executar o projeto 4ReARMO - Redução, Reutilização e Reciclagem de Resíduos Mineiros e de Construção, com o objetivo de "pegar naqueles inertes, estudá-los e baixar-lhes os níveis de metais para que possam ser reintegrados na construção civil", descreveu o autarca. A candidatura tem um investimento total de 36 mil euros, contando com 32 mil de financiamento.
Caráter inovador
O caráter inovador da proposta assenta na "busca de alternativas sustentáveis, de fácil replicabilidade", destaca o presidente da Junta da União as Freguesias de Aveleda e Rio de Onor, para o aproveitamento de resíduos de construção e demolição através da conceção de um novo produto.
Alguns projetos
Lisboa: Reutilização de produtos de apoio e ajudas técnicas, na Junta da Misericórdia. Junta de S. Vicente providencia um espaço digital.
Porto: Oficina multifunções e Loja Social em Ramalde.
Guimarães: Recuperação de lojas com mais de 25 anos; banco de recolha seletiva e reparação de produtos e equipamentos; recuperação de um quiosque, em Urgezes.
Rio Tinto: Oficina de mobiliário e mercado de trocas.
Penafiel: Renovação e reutilização de roupas, em Castelões.
Bragança: Rio de Onor e Pardais: redução, reutilização e reciclagem de resíduos mineiros e de construção.
Matosinhos: Centro de materiais e oficina de restauro em Custoias, Leça do Balio e Guifões. Recolha seletiva de bens para a população carenciada em Perafita, Lavra e Santa Cruz do Bispo.
Loures: "Entulho com Arte": Bobadela, Santa Maria da Azoia e São João da Talha.
Águeda: Programa de apoio à reutilização de material ortopédico, geriátrico e infantil.
Maia: Ateliê de mobiliário e mercado de trocas.