O funeral de Celeste Caeiro, que morreu, na sexta-feira, aos 91 anos, realiza-se no domingo em Lisboa, na Igreja de São José da Anunciada, seguindo depois o cortejo fúnebre para o crematório do Alto de São João.
Corpo do artigo
O corpo de Celeste Caeiro, a mulher que transformou o cravo no símbolo do 25 de abril de 1974, estará em câmara ardente na igreja de São José da Anunciada, em Lisboa, entre as 10 horas e as 14.30 horas de domingo. Às 14.30 horas terá lugar a missa de corpo presente, saindo mais tarde, pelas 16 horas, o cortejo fúnebre para o crematório do Alto de São João, confirmou a família ao JN.
Nos últimos anos, o JN entrevistou várias vezes a "Celeste dos Cravos", como era conhecida na freguesia de Santo António, no coração de Lisboa, onde viveu durante muitos anos. Na edição de 25 de Abril de 2013 foi mesmo capa da edição do JN, que remetia para uma peça onde contava toda a sua epopeia naquele dia da revolução, que, como sempre disse, nunca pensou que ficasse na História da revolução e do país.
A verdade é que da política à sociedade civil sucedem-se as homenagens a Celeste Caeiro. O Exército Português lamentou a morte da mulher que deu nome à revolução, garantindo que “o seu legado permanecerá vivo na história e na memória de todos nós”.
“Celeste Caeiro, com um gesto aparentemente simples, tornou-se o símbolo de um movimento que mudou Portugal para sempre, distribuindo cravos aos soldados do Exército, durante a Revolução de 25 de Abril de 1974”, lê-se nas páginas oficiais do Exército Português nas redes sociais. Também a Fenprof e o Sindicato dos Professores do Norte (SPN) lembraram a senhora dos cravos, realçando o “legado de simplicidade e força” que deixa.
Condecoração póstuma
Na sexta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa manifestou tristeza pela sua morte e anunciou que a irá condecorar a título póstumo. Também Luís Montenegro escreveu, na rede social X, que “nos 50 anos do 25 de Abril, Portugal despede-se da mulher que pôs os cravos na revolução. Nesta hora de luto, deixo uma palavra de reconhecimento a Celeste Caeiro”.
Entre os partidos políticos, o PCP recorda “a camarada Celeste [que] enfrentou uma vida de dificuldades com perseverança”. O Livre lembrou “a mulher que transformou a Revolução de Abril na Revolução dos Cravos, ao oferecer aos militares uma flor como símbolo de paz e esperança”.
Em abril, nos 50 anos da revolução, Celeste distribuiu cravos pela últimavez na Avenida da Liberda