O ex-secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Mendes, terá pedido à TAP que adiasse um voo a partir de Moçambique, para agradar ao presidente da República. "Ele é o nosso principal aliado político, mas pode transformar-se no nosso pior pesadelo" argumentou.
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O episódio foi contado pelo deputado da Iniciativa Liberal, Bernardo Blanco, no âmbito da Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP. Marcelo Rebelo de Sousa precisava de ficar mais dois dias em Moçambique (esteve em visita oficial em março do ano passado) e Hugo Mendes terá pedido à CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, que adiasse o voo, independentemente do incómodo que isso causasse aos outros passageiros.
"Não podemos perder o apoio político do presidente. Ele é o nosso principal aliado político, mas pode transformar-se no nosso pior pesadelo", argumentou Hugo Mendes, que se viria a demitir, tal como o ministro Pedro Nuno Santos, na sequência do escândalo da indemnização de meio milhão de euros a Alexandra Reis.
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A CEO da TAP esclareceu que procurou apurar junto da Presidência da República o que se estaria a passar, para perceber que Marcelo Rebelo de Sousa não fizera qualquer pedido. "No fim, não fiquei surpreendida ao perceber que o presidente da República nunca nos pediria para mudar um voo, que teria impacto no resto dos passageiros", esclareceu a presidente da comissão executiva, que o Governo entretanto despediu, alegando justa causa.