O secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares declarou, este domingo, que o executivo socialista analisará "todas as propostas concretas", independentemente do partido de origem, e endereçou "felicidades" e "sucessos" à nova liderança do CDS-PP, no seu 26.º Congresso, em Gondomar.
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"Todas as propostas concretas que o CDS tem para apresentar - imagino que o serão no parlamento -, no momento certo, serão avaliadas com toda a abertura que caracteriza o Governo, sobre todas as matérias", disse Pedro Nuno Santos, após a entronização da primeira mulher presidente dos centristas, Assunção Cristas, sucessora de Paulo Portas.
A nova líder democrata-cristã desafiou o PS a uma reforma do sistema de pensões e à revisão da regulação e supervisão do setor financeiro, incluindo da designação do governador do Banco de Portugal, algo que implica a revisão da Constituição.
"Esperamos as melhores relações institucionais com o CDS e desejamos os melhores sucessos à nova liderança. Isso é bom para a democracia portuguesa. Temos de encarar com a maior normalidade a relação institucional entre o Governo e os diversos partidos, mesmo aqueles que não o apoiam", continuou o responsável governamental.
CDS não é "adversário político" do PSD
O líder do PSD e ex-primeiro ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou que os sociais-democratas veem no CDS um parceiro preferencial com o qual têm "proximidade e cumplicidade" e não "um adversário político que é preciso combater".
"Não estamos a olhar para o CDS nem olharemos como quem olha para um adversário político que é preciso combater. Estamos à espera que o CDS possa consolidar e crescer no seu espaço político e isso será bom com certeza para o futuro do país", declarou Passos Coelho após assistir à sessão de encerramento do 26.º Congresso do CDS-PP, em Gondomar (Porto).
Depois do discurso de consagração de Assunção Cristas como sucessora de Paulo Portas, e no final de dois dias de trabalhos em que por diversas vezes os centristas 'piscaram o olho' aos eleitores do PSD, Passos Coelho assinalou que se o CDS crescer "será importante para dar ao futuro dos portugueses uma perspetiva de maior convergência" entre as ideias dos dois partidos.
"O PSD acha que o CDS não apenas é um partido que sempre será um seu parceiro natural e preferencial, mas sobretudo o PSD acha que o CDS é um grande partido que faz falta ao país", realçou.
Numa mensagem a Assunção Cristas, a quem desejou os "maiores sucessos na liderança do CDS", Pedro Passos Coelho assegurou que a nova líder dos centristas "contará sempre do lado do PSD com um apoio leal".