<p>Com a presença do presidente cubano Raúl Castro, do arcebispo de Miami, Thomas G. Wenski, e de bispos de Cuba, foi inaugurado, perto de Havana, um seminário, na passada quarta-feira. É mais um sinal da abertura do Governo cubano e do prestígio da Igreja.</p>
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É o primeiro seminário aberto no país em mais de 50 anos. Na inauguração, o cardeal Jaime Ortega agradeceu a Raúl Castro e ao seu irmão, Fidel Castro, pelo apoio oficial àquele projecto.
A presença de Raúl Castro na inauguração foi interpretada como um sinal de que as relações entre o Governo e a Igreja Católica melhoraram nos últimos anos, sobretudo depois da viagem de João Paulo II a Cuba, em 1998. Veja-se também a influência do cardeal Jaime Ortega na libertação recente de prisioneiros políticos, que ainda continua por estes dias.
Recorda-se que o último seminário que existia na ilha foi tomado pelo Governo, em 1966, e, depois, transformado numa academia da Polícia.
O Papa Bento XVI manifestou a sua alegria pela "feliz circunstância" da inauguração do novo seminário de Havana. "Espero que a criação do seminário vele por uma esmerada preparação humana, espiritual e académica da instituição rumo ao ministério sacerdotal", indica uma mensagem enviada ao cardeal Jaime Ortega.
Através do secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone, o Papa deixa votos de que formadores e seminaristas "se identifiquem a cada dia com os sentimentos de Cristo, por meio da oração assídua, da séria aplicação ao estudo, da digna celebração dos sacramentos e do testemunho de seu amor".
O Papa pediu a protecção de Nossa Senhora da Caridade do Cobre, padroeira de Cuba, para o novo projecto e abençoou os cubanos.
"Uma especial bênção apostólica à amada nação, que, com prazer, estendo a todos que generosamente contribuíram à construção do novo edifício", pode ler-se no texto.
Em 1998, João Paulo II benzeu a primeira pedra daquele seminário, durante sua visita a Cuba. Essa visita entusiasmou o próprio presidente Fidel Castro que foi um amável anfitrião. O antigo presidente também recebeu, a seu tempo e com amabilidade, a Madre Teresa de Calcutá. Foram sinais de respeito e de reconhecimento pelo importante papel da Igreja Católica em Cuba.
O seminário antigo que serviu a Igreja cubana vai ser transformado num centro cultural, com o nome de Félix Varela, sacerdote católico e reformador social cubano.