Estudo sobre as políticas de subsidiação do setor recomenda "aumentos médios de 40%". Águas de Portugal não concorda.
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O secretário de Estado do Ambiente, Emídio Sousa, defende que o preço das tarifas da água “devia ser tendencialmente igual em todo o país”, uma forma de conseguir “uma certa justiça territorial”. Um estudo sobre as políticas de subsidiação do setor nacional da água divulgado ontem, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, recomenda “aumentos médios das tarifas da água de 40%”, uma medida defendida por vários profissionais do setor, mas criticada pela Águas de Portugal.
O setor das águas recebeu, nos últimos dez anos, subsídios à exploração de cerca de 1,4 mil milhões de euros, mas as empresas não recuperam os gastos. “Temos números assustadores. No caso do abastecimento de água, 131 entidades gestoras não recuperam os gastos e no caso do saneamento são 163”, explicou Rui Marques, professor do Instituto Superior Técnico, enquanto apresentava o estudo. Só em 2021 estes subsídios perfizeram 121 milhões de euros, o que significa que cada português pagou pelo menos 12,3% de impostos nesse ano para subsidiar os serviços de água, valor insuficiente para cobrir os gastos da operação com os serviços de abastecimento. Por isso, entre outras recomendações, o estudo propõe “aumentos médios das tarifas da água de 40%”.