Governo diz que Portugal está preparado para reforçar presença a Leste se for necessário
O ministro da Defesa assegurou esta segunda-feira que Portugal está preparado para reforçar a presença no Leste da Europa "se houver necessidade", garantindo que o esforço português na NATO está alinhado com as decisões dos aliados e as possibilidades do país.
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"Se houver necessidade de reforçar aquilo que é a presença atual, disso daremos conta," disse Nuno Melo após ser questionado sobre se Portugal fará parte do reforço da presença da NATO no flanco Leste europeu anunciado pela organização na sequência do incidente com drontes russos em território polaco.
O ministro da Defesa Nacional falava aos jornalistas à margem da cerimónia de entrega de comando da EUROMARFOR realizada a bordo do NRP D. Francisco de Almeida, junto à Gare Marítima da Rocha do Conde de Óbidos, em Lisboa.
Nuno Melo afirmou que o "esforço português vai sempre sendo feito em linha com o contexto de decisão dos aliados", mas também com "as possibilidades operacionais" do país, sublinhando que Portugal "não pode dar o que não tem", mas "está no limite do seu esforço para estar à altura do que é pedido".
Melo disse que "a seu tempo" serão dadas mais informações sobre a posição portuguesa em relação à chamada operação "Sentinela de Leste", frisando que "ainda não foi tomada" uma decisão concreta sobre o que fará o país e, por isso, não adiantou uma data concreta.
O ministro adiantou ainda que a decisão está também pendente de reuniões que "vão sendo mantidas na dimensão militar", nomeadamente, com o chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas.
A NATO vai reforçar a vigilância e segurança no flanco leste da Aliança Atlântica, depois do incidente em que drones russos entraram no espaço aéreo da Polónia, anunciou a organização na passada sexta-feira.
Em conferência de imprensa, no quartel-general da NATO, em Bruxelas, o secretário-geral da Aliança Atlântica, Mark Rutte, anunciou o reforço da presença militar para "fortalecer ainda mais a postura" defesa naquele flanco que faz fronteira com a Rússia.
O reforço militar não é exclusivo para a Polónia, mas o anúncio foi feito dias após uma invasão do espaço aéreo polaco por drones (veículos aéreos não tripulados) russos, que foram intercetados pela Força Aérea polaca.
Questionado sobre o destino do empréstimo de seis mil milhões de euros para a Defesa portuguesa propostos pela Comissão Europeia no âmbito do programa Ação Securitária para a Europa (SAFE, na sigla em inglês), o ministro da Defesa apontou para os objetivos já estabelecidos na candidatura de Portugal a esses fundos.
Os valores serão distribuídos proporcionalmente para financiar projetos para os três ramos das Forças Armadas e terão em vista o alinhamento com os objetivos da NATO, disse Nuno Melo, sublinhando a importância deste financiamento para investir em áreas como o equipamento, a habitação ou o património da Defesa.
A Comissão Europeia propõe quase 6 mil milhões de euros em empréstimos para a área da defesa a Portugal em empréstimos para investir e reforçar a área da defesa.
O valor faz parte do programa SAFE, que destina 150 mil milhões de euros em empréstimos para os países do bloco político-económico europeu.
A iniciativa foi adotada pelo Conselho da União Europeia em 27 de maio de 2025 e a Polónia é de longe o país que vai receber a maior fatia, quase 43 mil milhões de euros.