Governo muda hora de cerimónia de inauguração de memorial, após crítica de Marcelo
O Governo está a informar as autoridades locais em Pedrógão Grande que a cerimónia de inauguração do memorial às vítimas, inicialmente apontada para as 17 horas de dia 27, vai ser afinal pelas 19 horas. Esta alteração permite que, caso queira, o presidente da República se junte à homenagem da próxima terça-feira.
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No local, a informação da mudança da hora foi interpretada como uma tentativa de evitar o calor, mas o JN sabe que a intenção é permitir, também, que o presidente possa estar presente, depois do mal estar que revelou pelo facto de a data escolhida para a inauguração do memorial às vítimas dos incêndios de 2017 não ter tido em conta a sua agenda oficial. Ao que o JN apurou, está prevista a presença no local do primeiro-ministro, António Costa, da ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, e do ministro das Infraestruturas, João Galamba.
Na passada terça-feira, quando foi conhecido que a homenagem do Governo às vítimas dos incêndios de 2017 em Pedrógão Grande iria ter lugar no dia 27, o presidente da República publicou uma nota no site da presidência a revelar que teve conhecimento pela comunicação social da cerimónia de inauguração e fez questão de dar nota do seu desconforto, uma vez que estará em Itália nesse dia.
"Como é sabido, o Presidente da República estará nessa data em Itália, numa reunião da COTEC Europa, juntamente com o Presidente italiano Sergio Mattarella e o Rei Felipe VI de Espanha, encontro esse que terminará ao início da tarde, tornando impossível estar de volta a Portugal antes do fim da mesma", escreveu.
Agora, sabe o JN, o Governo está a mudar a hora da cerimónia para mais tarde, para as 19 horas, para permitir que o presidente se possa tentar juntar ao evento, caso assim o entenda fazer. A decisão foi articulada entre São Bento e Belém. Marcelo Rebelo de Sousa só regressa de Itália depois do almoço, pelo que, a manterem-se as 17 horas, não conseguiria estar presente na homenagem por ocasião da passagem dos 6 anos dos incêndios de 2017.
Contudo, na sexta-feira, nas festividades do São João, no Porto, o presidente da República admitiu aos jornalistas que ainda poderá ir antes disso à região.
Em declarações à saída do Palácio de Cristal onde participou nos festejos do São João, Marcelo Rebelo de Sousa, questionado sobre a possibilidade de ir a Pedrógão Grande antes de ir a Itália, respondeu: "pode acontecer, entre amanhã [domingo] e depois de amanhã [segunda-feira".
Da autoria do arquiteto Souto Moura, o Memorial de Homenagem às Vítimas dos Incêndios Florestais de 2017 inclui um lago de enquadramento, com cerca de 2 500 metros quadrados de área, alimentado por uma gárgula com 60 metros de extensão, sendo bordejado por uma faixa de plantas constituída por nenúfares brancos, lírios e ranúnculos.
Segundo a IP, dona da obra, "o memorial inclui também, como peça fundamental, um muro com a inscrição do nome de cada uma das 115 pessoas vitimadas nos incêndios florestais de junho e outubro de 2017".
O memorial representou um investimento de 1,8 milhões de euros do Governo.