O ministro dos Negócios Estrangeiros afirmou que Portugal subscreve a "firmeza e prudência" da resposta da União Europeia (UE) à Rússia, na sequência da invasão da Ucrânia. No Parlamento, Augusto Santos Silva apelou, contudo, a que a Europa não repita "erros" passados como a aplicação de medidas de austeridade ou a dependência energética face à Rússia.
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O ministro defendeu que a guerra exige uma reação "imediata e coordenada" da UE através da implementação de medidas de cariz social, apontando a resposta conjunta dos Estados-membros à covid-19 como "um bom modelo".
No debate após as últimas reuniões do Conselho Europeu, Santos Silva deu conta da "unidade" que os Estados-membros demonstraram na condenação do Governo de Vladimir Putin. A primeira frase da resolução aprovada é "A Rússia trouxe a guerra de volta à Europa", realçou.
O governante manifestou a "adesão absoluta" de Portugal à combinação "entre firmeza e prudência" que a UE tem adotado face aos russos. No entanto, vincou a "necessidade" de a União encontrar uma "visão estratégica" que não repita "os erros de 2010", porque a resposta às consequências da guerra não deve ser desenhada segundo "lógicas austeritárias".
Santos Silva sublinhou igualmente os "erros" que, no seu entender, a UE foi repetindo até este ano no que toca ao aumento da dependência energética face à Rússia. A exceção, referiu, foi Portugal, que está "a trilhar o caminho certo" no que toca à incorporação de novas fontes de energia. Por só depender "de forma residual" da Rússia, o país está numa posição "relativamente protegida", completou.