O ministro da Ciência reiterou que é preciso profissionalizar a prevenção dos fogos florestais, colocando cientistas, empresários e agentes da proteção civil em "laboratórios colaborativos" em que todos se concentrem no mesmo objetivo.
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Manuel Heitor falava à Lusa à margem do seminário "Fogo ou Incêndio: a Floresta sobreviverá?", que decorre esta sexta-feira na reitoria da Universidade de Lisboa, e em que se debate a aplicação do conhecimento científico nesta área aos esforços de prevenção.
O titular da pasta da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior afirmou que é tempo de "as instituições deixarem de ter uma cultura de minifúndio e olharem para dentro de si, colaborando efetivamente e aumentando a produção e transmissão de conhecimento".
Mais que criar uma carreira de prevenção de incêndios, há que "qualificar o trabalho, profissionalizando todos os que trabalham neste setor", afirmou o governante. "Só assim fará sentido criar um verdadeiro laboratório colaborativo nesta área", acrescentou.
Dirigindo-se aos cientistas, o ministro referiu que "têm muito a aprender com os bombeiros" e sobre a "realidade social do combate" aos incêndios.
Em Portugal, a produção de conhecimento científico sobre este tema aumentou muito nos anos mais recentes, passando-se de 10 artigos publicados em 1999 para mais de 100 em 2016.
A questão, disse Manuel Heitor, é "não ficar só à espera que alguém os leia" mas haver uma profissionalização da maneira como estes artigos passam a conhecimento aplicado no terreno.
Os incêndios têm "uma dimensão política, social e humana" muito mais forte do que outras áreas do conhecimento, destacou.