Portugal vai passar a acompanhar mais de perto a empregabilidade dos seus cursos superiores. O Governo prevê "fortalecer", em 2023, os laços com o projeto Eurograduate Tracking", que visa criar uma base de dados europeia com o perfil dos diplomados. Este ano letivo, e como já anunciado, o ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior vai aumentar, em cerca de 960 euros, o limiar a partir do qual as famílias com estudantes deslocados podem receber apoios ao alojamento. A ministra Elvira Fortunato é ouvida esta segunda-feira no Parlamento.
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Na nota explicativa disponibilizada no âmbito da apreciação do Orçamento do Estado (OE), o ministério do Ensino Superior anuncia que "serão fortalecidos os mecanismos de monitorização de empregabilidade" dos cursos superiores. Em concreto, menciona o "Graduate Tracking Portugal", que se insere no projeto "Eurograduate Tracking 2022". Trata-se de uma iniciativa ligada à Comissão Europeia e que envolve 17 países europeus.
"Este projeto permitirá a obtenção de uma base de dados comparável a nível europeu sobre o perfil dos diplomados, medir a competitividade dos diferentes países em termos de empregabilidade dos seus diplomados e apoiar as instituições nas suas decisões de estruturação formativa", lê-se na nota.
O Governo considera que "as grandes transformações económicas, tecnológicas e societais" fazem com que seja "muito importante acompanhar o processo de integração dos diplomados no mercado de trabalho". Assim, há que "reforçar os mecanismos de aferição da qualidade e relevância da formação superior".
O OE alarga a base elegível para atribuição de apoios ao alojamento. Até aqui, estes só se destinavam a bolseiros integrados em agregados com rendimentos até 9 484,27 euros per capita/ano; este ano letivo, há um apoio específico para "todos os agregados com rendimentos até 10 443 euros per capita anuais", independentemente de os estudantes serem ou não bolseiros.
O Governo prevê ainda um "avanço significativo" na construção de residências estudantis em 2023, devido ao reforço de 72 milhões de euros previsto. O atraso nestas obras tem sido criticado. A residência da 5 de Outubro, em Lisboa, com 500 camas e abertura prevista para 2025, ainda aguarda licenciamento camarário, noticiou o "Sol".