Pais foram surpreendidos com estabelecimentos encerrados. Esta segunda-feira, véspera de feriado, a greve dos trabalhadores da Administração Pública condiciona setores como educação, e saúde, transportes e recolha de resíduos.
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Dezenas de escolas estão encerradas por todo o país devido à greve dos trabalhadores da Administração Pública, numa ação convocada pela Fesinap (Federação Nacional de Sindicatos Independentes da Administração Pública) para esta segunda-feira, véspera de feriado, em que não há tolerância de ponto decretada. A adesão de assistentes operacionais e de pessoal de serviços administrativos provocou o encerramento de muitos estabelecimentos de ensino, surpreendendo pais que não estavam informados da paralisação e esta manhã encontraram portas fechadas nas escolas.
Lisboa, Porto, Setúbal, Viana do Castelo, Leiria, Coimbra, Matosinhos ou Leiria são exemplos de cidades que têm várias escolas fechadas, como verificou o JN e confirmou o secretário-geral da Fesinap. "A adesão tem sido à volta dos 80%, ainda sem números das ilhas. Na educação há vários serviços afetados, com muitas escolas encerradas, mas a greve abrange a saúde, transportes públicos, a recolha de resíduos", disse Mário Rui. A greve foi convocada para reivindicar atualizações salariais, melhores condições de trabalho e revisão de acordos coletivos, entre outros assuntos, conforme avançou o dirigente sindical.
O S.TO.P. chegou a convocar uma greve para esta segunda-feira mas o pré-aviso "não foi aceite", segundo explicou ao JN João Rodrigues, dirigente do Sindicato de Todos os Profissionais de Educação. Mantém-se a greve para os próximos dias 26, 27 e 28 de abril, com serviços mínimos decretados, A paralisação de hoje não inclui os professores mas os efeitos da greve desencadeada pela Fesinap servem os propósitos do S.TO.P.: "Vem dar um novo contributo à luta e voltaram a fechar escolas. Temos recebido informação de todo o país do encerramento de muitas escolas. A grande diferença nesta greve é que não há serviços mínimos, como acontece de forma injustificada com os professores, e está a ter grande adesão dos assistentes operacionais, forçando ao encerramento das escolas", explicou João Rodrigues.
Os dirigentes deste sindicato estão esta segunda-feira a ter audiências na Assembleia da República com diversos grupos parlamentares, com a exceção a ser o PS. "Pretendemos acabar com o impasse e o que estamos a transmitir, nestes encontros, é que ninguém ouve os professores", adiantou João Rodrigues, acrescentando que o S.TO.P. irá também expor as suas razões ao Presidente da República.
Hoje, o sindicato organiza uma vigília com acampamento no Rossio, onde às 19.30, figuras como Santana Castilho ou Garcia Pereira, entre outros, irão ter intervenções em defesa dos professores e da escola pública. Amanhã, ao final da tarde, a ação prossegue com o acampamento a mudar-se para o emblemático Largo do Carmo. O objetivo é assinalar o 25 de Abril, sob o lema "Só não há dinheiro para quem trabalha". De manhã, às 11h30, haverá o piquenique da Liberdade e depois os professores vão integrar o desfile do 25 de Abril na avenida.
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Simultaneamente, a plataforma sindical que inclui a Federação Nacional de Professores (Fenprof) e a Federação Nacional de Educação (FNE) leva hoje a greve distrital até Santarém.
Os docentes realizam uma concentração ao meio-dia junto à Escola Secundária Ginestal Machado e outra às 15 horas junto à Escola Prática de Cavalaria, de onde saem para nova concentração no Largo do Seminário.
A paralisação - que vai percorrer todos os distritos por ordem alfabética inversa, de Viseu a Aveiro - termina em 12 de maio em Lisboa.