A António Sérgio, em Gaia, e a Clara de Resende, o Cerco (a EB 2,3 e a secundária) e a Fontes Pereira de Melo poderão ser algumas das escolas do Grande Porto fechadas hoje, devido à greve dos auxiliares educativos.
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A secundária Fontes Pereira de Melo, no Porto, é um exemplo ilustrativo: tem 20 auxiliares de ação educativa e, desde janeiro, conta com mais seis, todos contratados pelo Governo por 3,5 horas por dia e só até junho. É contra realidades como esta que os sindicatos afetos à CGTP e à UGT se juntam hoje numa greve geral do pessoal não-docente que poderá fechar escolas por todo o país.
Tiago Brandão Rodrigues, ministro da Educação, admite que faltem profissionais, mas apenas porque muitos estão de baixa. "Estamos a fazer, em articulação com os agrupamentos, um mapeamento que é contínuo e dinâmico para poder fornecer às escolas todos os meios humanos para que essas baixas médicas possam ser compensadas", disse na tarde desta quinta-feira, citado pela Lusa.
Mas para os sindicatos, o problema não são as baixas médicas. "Faltam auxiliares de ação educativa e a precariedade é enorme", diz Orlando Gonçalves, da Federação dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais no Norte (CGTP).
No Grande Porto, Orlando Gonçalves admite que a António Sérgio, em Gaia, e a Clara de Resende, Cerco e Fontes Pereira de Melo, no Porto, não tenham auxiliares suficientes para abrir.
As reivindicações das centrais sindicais são semelhantes. João Dias da Silva, da Federação Nacional da Educação (UGT), refere ainda a importância de criar uma carreira especial para estes profissionais, ainda que tal não implique mais salário.
Os auxiliares de ação educativa pertencem a uma carreira global, a de assistente operacional. É neste grande "bolo" que se enquadram profissionais indiferenciados, cantoneiros, jardineiros, entre outros. Ora, sobretudo agora que as câmaras assumem competências acrescidas sobre as escolas, os sindicatos temem que a inexistência de uma carreira específica permita que estes profissionais sejam transferidos para outras funções, para as quais não estão vocacionados. "Lidar com crianças exige competências específicas e devia passar por formação inicial e contínua", diz João Dias da Silva.