“Milhares de alunos” do 2º ano, chamados, esta terça-feira, a realizar a aferição de Matemática e Estudo do Meio, não fizeram a prova devido à greve dos professores. A garantia é do secretário-geral da Fenprof, frisando que a “luta” dos docentes pela recuperação do tempo de serviço congelado continuará no próximo ano.
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As provas de aferição do Ensino Básico iniciaram-se em maio e terminam esta terça-feira com a realização da prova de Matemática e Estudo do Meio pelos alunos do 2.º ano. No entanto, a greve dos professores voltou a impedir a avaliação em muitas escolas. Há, segundo a Fenprof, “milhares de alunos” que não fizeram a prova. Na Escola Básica Nuno Álvares, em Carregal do Sal, por exemplo, não se realizou "uma única prova de aferição”. Mas o cenário repete-se “um pouco por todo o país”.
Mário Nogueira admite uma adesão igual ou superior à registada na paralisação de dia 15 de junho. À data, a estrutura sindical estimou que mais de 600 escolas não tinham realizado a prova de Português e Estudo do Meio do 2.º ano. Estes exames, recorde-se, não possuem serviços mínimos, ao contrário dos exames de 9.º, do 11.º e do 12.º anos.
“O Ministério da Educação pode ter conseguido disfarçar a indignação e a luta dos professores, impondo serviços mínimos aos exames. Mas, quando não há serviços mínimos, a luta dos professores está presente e é bem visível”, referiu Mário Nogueira, garantindo que a esse combate "está para durar” e “vai continuar no próximo ano letivo”.
Pais recusaram levar os filhos
De acordo com Mário Nogueira, alguns pais “recusaram” levar, esta terça-feira, os filhos às provas de aferição do 2.º ano por não concordarem com o facto de serem realizadas por via digital, ou seja, através de computador. Um cenário que é admitido por Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas.
“Há pais que não concordam com o modelo de prova”, contou o diretor, defendendo “um debate sério” em torno do tema. “Acho que é precoce os meninos estarem já com meios digitais, substituindo-se o papel e o lápis. Ainda estão a aprender a aperfeiçoar a letra e é uma oportunidade desperdiçada”, assinalou Filinto Lima, acreditando que a “maioria das provas” agendadas para esta terça-feira está a ser realizada.
Já o presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolas fala num “impacto forte” da greve dos professores. Ainda assim, nota Manuel António Pereira, a não realização destas provas não tem um “impacto real nos alunos. As provas de aferição não mexem com a vida dos alunos. Nos exames nacionais, por exemplo, ninguém arrisca que os alunos sejam prejudicados”.