CP alerta para “fortes perturbações” na circulação de comboios devido à greve geral de maquinistas. Federações de sindicatos antevêem maiores perturbações nos hospitais e centros de saúde, bem como em algumas escolas por todo o país.
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Há novas paralisações nos transportes públicos, com uma greve geral dos maquinistas que deverá tornar difícil usar comboios e serviços de metro nesta sexta-feira, com impactos até sábado. A greve de 24 horas convocada pelo Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ), para exigir o reforço da segurança ferroviária, abrange trabalhadores da CP, Fertagus, do Metro do Sul do Tejo, do ViaPorto (metro), Captrain e Medway (mercadorias) e da Infraestruturas de Portugal.
Em causa estão também declarações do ministro da Presidência, que relacionou a sinistralidade ferroviária com sanções por consumo de álcool dos maquinistas. Ontem, António Leitão Amaro classificou como “inédita” a greve dos maquinistas contra algo que nega ter ter acontecido.
A CP, que esta quinta-feira já sofreu supressões, em especial de comboios urbanos e regionais do Porto até à hora de almoço, alerta para “fortes perturbações” na circulação, embora tenham sido fixados serviços mínimos de 25%. Já o Metro do Porto estará interrompido em toda a rede, sendo que o serviço vai começar a sentir os efeitos já a partir das 22 horas desta quinta-feira. A transportadora prevê apenas circulações “muito reduzidas” no tronco principal, ou seja, de Senhora da Hora-Estádio do Dragão, e na linha Amarela, durante os horários de ponta.
Perturbações na saúde e educação
Já as greves nacionais, marcadas também para dia 6 de dezembro, na administração pública, convocada pela Federação Nacional de Sindicatos Independentes da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (Fesinap), e outra que abrange trabalhadores da saúde, convocada pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS), deverão afetar, principalmente, hospitais, centros de saúde e unidades de saúde familiares, bem como fechar algumas escolas.
Tal como obriga a lei, foram decretados serviços mínimos para os serviços de saúde e INEM, mas também para o Instituto de Registos e Notariado (IRN).
A Fesinap exige a criação de uma carreira especial para os trabalhadores não docentes das escolas. Já no setor da saúde, o protesto é uma resposta aos atrasos na passagem de profissionais para a carreira de técnico auxiliar de saúde. Entre as principais reivindicações destaca-se ainda a subida de um nível remuneratório para todos os trabalhadores com, pelo menos, dez anos de serviço com vínculo de emprego público integralmente realizado.
Por seu turno, a FNSTFPS exige que se desenvolvam processos negociais com o Governo com vista a responder às reivindicações dos trabalhadores do SNS.