A atividade gripal deu os primeiros sinais de abrandamento na semana entre 8 e 14 de janeiro e a pressão sobre as unidades de cuidados intensivos está a baixar. Já a mortalidade por todas as causas diminuiu, mas continua acima do esperado, revela o último boletim de vigilância da gripe e outros vírus respiratórios.
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O relatório semanal, divulgado esta quinta-feira à noite pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) aponta, para além da diminuição da atividade gripal, uma redução dos casos graves.
Assim, na segunda semana do ano, as 21 unidades de cuidados intensivos (UCI) dos hospitais que enviaram informação reportaram 15 internamentos, todos por gripe A.
"Verificou-se que três casos tinham entre 75-84 anos, sete entre 65-74, dois entre 55-64, dois entre 45-54 (e 1 caso sem informação)", refere o documento.
Dos doentes internados em cuidados intensivos, 13 tinham doença crónica e 14 tinham recomendação para vacinação contra a gripe sazonal, seis dos quais estavam vacinados (e em dois casos a informação é desconhecida).
Pressão da gripe nas UCI foi histórica
A pressão sobre as unidades de cuidados intensivos está, por isso, a baixar neste início do ano. "Nesta semana, a proporção da gripe em UCI foi de 7,7%, valor inferior ao registado na semana anterior (12,2%)", refere o boletim do INSA.
O relatório salienta que a proporção da gripe em UCI aumentou nas últimas duas semanas de 2023, "altura em que atingiu os 17,1%", um valor acima do registado em períodos homólogos". A proporção máxima tinha sido registada na época 2013-2014 com 13,5%, informa o INSA.
A predominância do vírus Influenza A é expressiva em todos os casos analisados e também nos mais graves. Desde o início da época, os hospitais reportaram 128 doentes com gripe internados em UCI, tendo sido identificado o vírus Influenza A em 121 casos.
A pressão da gripe sobre as enfermarias dos hospitais também está a diminuir. Na primeira semana de janeiro, os casos de gripe representavam mais de metade dos doentes internados nas enfermarias (51,7%), peso que desceu para 38,5% na semana passada.
710 óbitos em excesso na semana passada
Desde a semana do Natal de 2023 que se registam excessos de mortalidade. A primeira semana de janeiro foi a pior, com 1025 óbitos a mais do que o esperado, tendo o valor diminuído na semana passada para os 710 óbitos em excesso.
As faixas etárias acima dos 75 anos representam mais de 60% da mortalidade em excesso.