Afonso Gonçalves é o fundador e líder do movimento A Reconquista
Foto: Facebook de Afonso Gonçalves
O grupo de extrema-direita Reconquista realiza o terceiro congresso no auditório de um colégio católico do Porto, no próximo sábado. O movimento liderado por Afonso Gonçalves, conhecido por defender a expulsão forçada de imigrantes e ser contra os direitos LGBTQ+, disse tratar-se de um evento cultural, tendo visto luz verde por parte do gestor do auditório depois de preencher o formulário exigido para a requisição daquela sala.
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O coordenador do auditório Francisco Assis, construído pelo Colégio Luso-Francês, admitiu ao jornal "Expresso" que não vai cancelar o evento por ter obrigações a cumprir com o cliente, acrescentando que não existem ligações ao colégio porque a "gestão de rentabilização do espaço é própria do auditório". O responsável admitiu ainda que não tem nenhuma ligação com a organização extremista. O gabinete de comunicação da Câmara do Porto, citada pelo semanário, revelou que a Polícia Municipal recebeu uma denúncia sobre o congresso.
O evento realiza-se à porta fechada e é necessário ter bilhete, cujo preço varia entre os 15 euros e os 200 euros. Terá oradores nacionais e internacionais. À cabeça está o antigo deputado, António de Sousa Lara, entre 1980 e 1991. Também foi o subsecretário de Estado da Cultura do Governo de Cavaco Silva e ficou conhecido por impedir a candidatura do livro "O Evangelho segundo Jesus Cristo", de José Saramago, a um prémio europeu de literatura. Vão marcar ainda presença figuras da direita radical dos Estados Unidos, Alemanha, Irlanda, França e Reino Unido.
O presidente e fundador do grupo de extrema-direita Reconquista, fundado em 2023, tem organizado manifestações em locais onde se concentram imigrantes ou em eventos LGBTQ+, filmando os protestos para posteriormente publicar nas redes sociais. Em junho, foi detido pela PSP por desobediência, junto a um local de culto sikh, em Odivelas, após uma manifestação contra um grupo que diz ser a "substituição populacional". Em março, já tinha invadido um prédio na Rua do Benformoso, no Martim Moniz, em Lisboa, e, também este ano, foi expulso de um evento que decorreu no Porto em que o tema era a imigração.
O auditório Francisco Assis tem capacidade para 339 pessoas e um palco de 140 metros quadrados. No site do Colégio Luso-Francês lê-se que "dispõe de equipamentos e infraestruturas que lhe permitem acolher todo o tipo de eventos socioculturais, artísticos e académicos, que juntamente com a sua localização, fazem deste um espaço de referência".