O Grupo Vita, que se encontra na terça-feira com o presidente da República, recebeu 98 pedidos de ajuda de vítimas num ano, das quais 32 pediram uma compensação financeira à Igreja Católica. Apenas 18 beneficiam de acompanhamento psicológico regular.
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A dois dias de comemorar um ano de funcionamento, o Grupo Vita divulgou, esta segunda-feira, que recebeu “98 vítimas de violência sexual no contexto da Igreja Católica em Portugal”. A maior parte dos casos foram relatados por pessoas “adultas que vivenciaram a situação abusiva há algumas décadas”.
De entre os pedidos de ajuda recebidos, realizaram-se 60 atendimentos, presenciais ou online. Há 18 delas a receber “acompanhamento psicológico regular, com profissionais da Bolsa do Grupo Vita”, lê-se ainda no comunicado da estrutura criada para apoiar vítimas neste contexto.
O Grupo Vita avança que o número de pedidos de indemnizações continua a aumentar, com “32 vítimas a pedirem, até ao momento, uma compensação financeira – pedidos que, tal como já adiantado pela Conferência Episcopal Portuguesa, poderão ser formalizados entre junho e dezembro de 2024, de acordo com critérios a anunciar brevemente”.
A psicóloga Rute Agulhas, que assina o comunicado, refere que, amanhã, dia 21 de maio, o Grupo VITA será recebido pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. O encontro servirá para “partilhar aquele que tem sido o seu trabalho ao longo do primeiro ano de funcionamento” e “reforçar a importância da criação de uma Estratégia Nacional de Prevenção da Violência Sexual em Portugal”.
A estrutura de acompanhamento de vítimas de abusos sexuais da Igreja Católica informa ainda que continua a realizar ações de sensibilização e capacitação das diversas estruturas da Igreja, tendo já formado “cerca de 1300 pessoas”. “O Roteiro pelas Dioceses iniciou-se este ano pela Arquidiocese de Évora, estando já previstas ações em Vila Real, Portalegre e Funchal”, revela.
O segundo relatório do grupo será apresentado a 18 de Junho, em Fátima.