Depois de vacinados os grupos de risco, o acesso à vacina da covid-19 deverá ser por ordem de inscrição. Quem já teve a doença, os menores de 18 anos e as grávidas não serão imunizados.
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Nas duas primeiras fases do Plano de Vacinação para a Covid-19, que vão abranger cerca de 3,7 milhões de portugueses, a maioria das pessoas que fazem parte dos grupos de risco vão ser identificadas e chamadas para tomarem a vacina nos centros de saúde. As doses serão ainda administradas nos lares, para residentes e funcionários, e nos hospitais para os profissionais de saúde.
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Mas na terceira fase, se não houver atrasos nas entregas das vacinas e não for necessário criar mais grupos prioritários, a vacinação deverá ocorrer por ordem de inscrição, adianta o Expresso na edição de hoje.
Citando fontes da Comissão Técnica de Vacinação para a Covid-19, o semanário avança que "o número de doses que estarão disponíveis na terceira fase e seguintes permitirá a dispensa sem critérios prévios e só por vontade do próprio".
É, aliás, um procedimento que já acontece com a vacina da gripe. Depois de imunizados os grupos prioritários, os utentes podem inscrever-se para a toma daquela vacina nos centros de saúde.
Mesmo durante as primeiras fases, há pessoas que vão poder inscrever-se para tomarem a vacina. Como explicou o coordenador do Plano de Vacinação para a Covid-19, Francisco Ramos, na apresentação do documento, quem não têm a situação clínica atualizada no centro de saúde ou não utiliza o SNS poderá apresentar uma declaração médica a comprovar que faz parte dos grupos de risco identificados e pedir o agendamento da toma.
Podem sobrar milhares de doses
Ao longo de 2021, Portugal deverá receber mais de 22 milhões de doses de vacinas. Uma quantidade suficiente para imunizar toda a população com duas doses. Aliás, tendo em conta os grupos que devem ficar de fora do plano de vacinação, é possível que sobrem milhares de doses.
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Refira-se que, por ora, a vacina não está indicada para grávidas nem para menores de idade porque os ensaios clínicos não incluíram estes grupos. E permanecem dúvidas sobre as pessoas que já tiveram covid.
De acordo com um dos peritos ouvidos pelo Expresso, poderá haver decisões diferentes sobre quem vacinar consoante o país. A Agência Europeia de Medicamentos [EMA] dará uma aprovação baseada na experiência que tem e nos grupos estudados, podendo haver uma extrapolação para outros grupos. Serão as estruturas de cada país a decidir qual será a aplicação, refere a fonte, adiantando, por exemplo, que o Reino Unido vai vacinar a partir dos 16 anos, mas Portugal só aos 18.
A vacinação dos mais jovens já está a ser estudada. Ainda ontem a farmacêutica norte-americana AstraZeneca anunciou que já está a incluir adolescentes num ensaio clínico que está a realizar nos Estados Unidos.