Gouveia e Melo sugeriu um novo modelo de funcionamento. Forças Armadas com dificuldades em recrutar efetivos para responder às exigências da NATO.
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O serviço militar obrigatório (SMO) entrou na ordem do dia depois de chefias militares terem defendido o seu regresso. Com a invasão da Rússia à Ucrânia, o alargamento da NATO e numa altura em que as Forças Armadas estão com dificuldades em recrutar efetivos, há especialistas que defendem a necessidade de criar novamente uma consciência de mobilização das camadas mais jovens, incluindo homens, mulheres e objetores de consciência. Mas há também quem sugira outras formas de aumentar o número e a qualificação do exército sem ser através da obrigatoriedade. Na Europa o tema não é novo, e o facto é que nove membros da NATO já contam com o serviço militar obrigatório. Na Grécia, os homens entre 19 e 45 anos cumprem um ano de mobilização.
Foi através de um artigo de opinião no semanário “Expresso”, que o chefe do Estado-Maior da Armada, Henrique Gouveia e Melo, alertou para a “escassez de pessoal” e a falta de “capacidade de mobilização” nas Forças Armadas. E é o afastamento da fronteira com a Rússia ou a boa integração nas instituições da União Europeia podem explicar o sentimento de segurança dos portugueses. Para Bruno Oliveira Martins, investigador no Peace Research Institute Oslo (PRIO), o contexto europeu é atualmente diferente e até considera que o debate demorou a chegar a Portugal. “Se entendermos que estamos num novo paradigma a nível de segurança e defesa, que começou com a invasão da Rússia à Ucrânia, então é natural que se levantem essas questões”, nota.