Há 13 ministros que tinham sido eleitos deputados pelo PS e que, agora, irão ceder o lugar. Entre os parlamentares que os rendem, sete são estreantes. Deverão sentar-se lado a lado com quatro ministros do Governo cessante que não foram reconduzidos mas que foram eleitos deputados: Tiago Brandão Rodrigues, Graça Fonseca, João Matos Fernandes e Alexandra Leitão. Esta última recusou convite de Costa para ser líder parlamentar.
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Dos 18 ministros do novo Executivo, só cinco não integraram as listas socialistas ao Parlamento. Ou seja, os 13 governantes eleitos deputados estão em larga maioria (72%). A percentagem sobe face a 2019, quando, de entre os 20 ministros de então, também 13 (65%) tinham sido eleitos deputados. Este facto indicia que o novo Governo é mais próximo do aparelho do PS.
A maioria dos ministros eleitos deputados integrava o círculo de Lisboa. António Costa (primeiro-ministro), Mariana Vieira da Silva (Presidência), Duarte Cordeiro (Ambiente) e Fernando Medina (Finanças) serão substituídos por João Nicolau, Ricardo Lima, Vera Braz e Diogo Leão. Destes, apenas Ricardo Lima não tem experiência parlamentar.
Os restantes ministros que cederão o lugar no Parlamento são Ana Catarina Mendes (Assuntos Parlamentares), João Gomes Cravinho (Negócios Estrangeiros), Pedro Nuno Santos (Infraestruturas), José Luís Carneiro (Administração Interna), Marta Temido (Saúde), Ana Mendes Godinho (Trabalho), Catarina Sarmento e Castro (Justiça), Maria do Céu Antunes (Agricultura) e Ana Abrunhosa (Coesão Territorial).
"Perfil mais executivo"
Alexandra Leitão, ainda ministra da Modernização do Estado, foi cabeça de lista do PS pelo ciclo de Santarém mas não foi reconduzida. À Lusa, admitiu ter recusado um convite de Costa para liderar a bancada socialista.
"A principal razão, a principalíssima razão é considerar que o meu perfil é mais executivo. É nesse perfil que seria mais útil ao partido e ao Governo", afirmou Alexandra Leitão. Ainda assim, pretende continuar na vida política.
Tiago Brandão Rodrigues, ministro da Educação cessante, foi o número um do PS por Viana do Castelo, mas também não continuará à frente do ministério. Ao que o JN apurou, o ainda governante não manifestou, até à data, qualquer indicação de indisponibilidade para ser deputado; assim, o mais certo é que assuma o lugar no Parlamento.
Mais deputados do PS deverão ser substituídos quando forem conhecidos os secretários de Estado. António Lacerda Sales, António Mendonça Mendes ou João Galamba poderão deixar o Parlamento caso continuem no Executivo.