Lino Maia admite que as "sobras" não devem ser desperdiçadas, mas apela ao respeito das prioridades.
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Há dirigentes de lares de idosos que estão a ser vacinados contra a covid-19. O presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), Lino Maia, alerta para que não sejam invertidas as prioridades, mas admite que, às vezes, terminada a inoculação dos idosos e dos profissionais numa determinada estrutura, há doses que sobram e não devem ser desperdiçadas. O Ministério da Saúde confiou a decisão sobre quem recebe as vacinas às instituições.
Segundo o responsável, a vacinação prioriza os utentes, depois, os trabalhadores e, por fim, "os chamados dirigentes ativos", ou seja, pessoas da cúpula "que estejam dentro da instituição. Não podemos ser absolutistas. Se há sobras, devem ser administradas. É melhor vacinar uma pessoa do que deitar vacinas fora, porque elas são escassas e necessárias. Aí, fica um bocado à sensatez e à consciência de cada um", comentou Lino Maia, aludindo aos casos em que haja "sobras" no processo de vacinação.
Em causa está o facto de terem vindo a público, pelo menos, dois casos em que dirigentes de instituições foram vacinados: o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Arcos de Valdevez, Francisco Araújo, e o autarca de Reguengos de Monsaraz, José Calixto.
O presidente da CNIS refere que, esta semana no contacto com diretores de lares de todo o país, fará um apelo para que "seja escrupulosamente cumprida a ordem de prioridades".
"Primeiro, o grupo dos utentes e, em segundo, o dos trabalhadores. O terceiro grupo é de pessoas que, na instituição, estejam em contacto com os dois primeiros e que eu designo por dirigentes ativos", descreveu. Já a eventual vacinação de membros diretivos "ausentes e que tenham um intervenção à distância", deve ser decidida "pela Saúde e pelos próprios, mas depende do senso de cada um".
"Não se deve passar por cima de ninguém. Atropelos nunca. Há uma ordem e essa ordem deve ser respeitada", vincou, referindo que no seu caso, apesar de ter 73 anos, ser cardíaco e já ter tido problemas oncológicos, aguardará pela vacina.
"Sou um dirigente ativo, não só na instituição, mas porque ando pelo país fora, e ainda não fui vacinado e não sei quando é que serei. Provavelmente não será nos próximos 15 dias", afirmou. Lino Maia garante que o processo de vacinação nos lares prevê "a identificação das pessoas a vacinar".