Entraram 1282 estudantes nesta fase, o que é um aumento de 10,4%. Sobram apenas 2,7% das vagas.
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Nos cursos de formação de professores e de Ciências da Educação entraram, nesta primeira fase, 1282 estudantes, mais 132 (10,4%) face ao concurso do ano passado e mais 291 do que em 2021, quando o número de colocados ficava ainda abaixo dos mil (991). Este ano, houve mais 100 vagas nas licenciaturas que formam os professores do 1.º e 2.º ciclos e os educadores de infância (um reforço de 12% face a 2022).
Apesar de considerar o crescimento positivo, António Castel-Branco, presidente do Conselho das Escolas, alerta que o número de jovens a enveredar pela carreira de professores não é ainda suficiente para compensar a saída de milhares que se reformam por ano.
“Por cada três professores que se aposentam, necessitamos de, pelo menos, dois novos docentes no sistema. Ora, não temos jovens suficientes no rumo da profissionalização”, apontou ao JN. Quase 40% do corpo docente irá reformar-se até 2030. Se, outrora, o problema foi a falta de interesse pela área durante os anos da crise - e que resultou no fecho de cursos -, agora chegam a este órgão casos de estudantes que não conseguem um lugar, em especial em áreas diferenciadas dentro do ensino no grau de mestrado. “Os estudantes procuram pela carreira de docente e não há, ainda, oferta que chegue para todos”, sublinha ainda.
Este ano, a maioria dos cursos preencheu todos os lugares, inclusive em algumas escolas e faculdades adicionaram-se vagas para resolver situações de colocação de candidatos sem classificação final.
António Castel-Branco está preocupado com as assimetrias na vinculação de professores entre o Norte e o Sul do país - levando muitos à condição de docentes deslocados. É um dos grandes desafios à atratividade da área. Para a segunda fase do concurso, sobram só 36 vagas (2,7% das abertas) nas licenciaturas de educação básica nas escolas de educação dos institutos politécnicos de Guarda (15), Bragança (13) e Portalegre (8).v