O ano de 2023 fechou com mais bebés a fazer o rastreio neonatal. Na prática, e apesar de não corresponder ao número efetivo de nascimentos, os testes do pezinho realizados até dezembro mostram uma melhoria face a 2021 e a 2022, e são um importante indicador da natalidade.
Corpo do artigo
No ano passado, no total, foram estudados 85 764 recém-nascidos. Como é hábito, Lisboa e Porto são os distritos com mais análises realizadas a bebés.
Os dados do Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge (INSA), conhecidos esta sexta-feira, revelam que 2023 registou mais 2328 testes do pezinho do que 2022, ano em que o total de diagnósticos chegou aos 83 436. Apesar da melhoria do ano passado, ainda não foi possível atingir os patamares verificados antes da pandemia de covid-19. A título de exemplo, os rastreios neonatais estiveram sempre acima dos 86 mil entre 2016 e 2019.
Nos anos da pandemia, em 2020 e 2021, houve uma quebra no número de diagnósticos realizados. De acordo com dados da Pordata, base estatística de dados sobre Portugal, o número de nados-vivos diminuiu naqueles anos, tendo voltado a recuperar em 2022.
Ao longo do ano passado, o número de testes do pezinho feitos mensalmente apontava para o crescimento deste indicador, que se veio a comprovar no último rastreio neonatal de 2023. Em dezembro, foram realizados 6686 exames deste tipo, que permitem rastrear várias doenças, geralmente genéticas, nos recém-nascidos, como a fenilcetonúria ou o hipotiroidismo congénito.
Portalegre no fim
Em 2023, os períodos mensais com mais rastreios neonatais feitos foram os de novembro (7779)e agosto (7661). Relativamente à distribuição por distritos, tal como tem sido usual nos últimos anos, e que se explica pela densidade demográficos, Lisboa e Porto são os distritos com mais testes a recém-nascidos. No primeiro caso, os exames chegam aos 25 805 e, no segundo, aos 15 456. Só estes dois territórios representam praticamente metade (48%) dos diagnósticos feitos a bebés.
Os restantes três lugares cimeiros no rastreio são ocupados por Setúbal, Braga e Faro, respetivamente. Por outro lado, com menos testes do pezinho, aparecem os territórios do Interior e com menor densidade populacional, como Portalegre, Bragança, Guarda, Vila Real e Beja. No caso de Portalegre, é o distrito com menos diagnósticos em 2023: foram 554. Nos dois últimos anos, no fundo da tabela estava Bragança.