Há um ano terminou o período transitório para a identificação de gatos e furões, passando a ser obrigatório que todos os animais de companhia tenham microchip, independentemente do ano de nascimento. Desde então, foram registados mais de 600 mil animais no Sistema de Informação de Animais de Companhia (SIAC).
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Uma das medidas para travar o abandono animal – que, segundo os dados da PSP e da GNR, aumentou em 2022 – é a colocação do microchip em cães, gatos e furões. A identificação dos animais permite uma maior facilidade no resgate, em caso de roubo ou de perda, e traz uma maior responsabilidade para os detentores.
Segundo os dados do SIAC, atualmente, estão registados mais de 3,7 milhões de animais: 3 089 400 cães, 629 914 gatos e 2 383 furões. Desde o dia 25 de outubro de 2022, quando a medida passou a ser obrigatória, foram registados 635 752 animais, sendo que a maioria foram cães (522 735), seguindo-se os gatos (112 508) e, por fim, os furões (509).
100 mil a viver em centros de recolha
A Provedora do Animal, que esteve esta terça-feira presente na comissão parlamentar de Ambiente, afirmou que, apesar de ter existido uma ligeira descida no número de animais resgatados das ruas em 2022, continua a existir um elevado número de animais abandonados.
Para Laurentina Pedroso, uma das medidas urgentes para que possa haver estratégias de combate ao abandono é a criação de uma plataforma onde seja possível aceder, em tempo real, ao número de animais que estão nos Centros de Recolha Oficiais (CRO) e nas associações zoófilas.
“O trabalho da recolha de dados é prioritário”, alertou a Provedora do Animal. Entre os animais recolhidos, os adotados e os eutanasiados, Laurentina Pedroso estima que, no próximo ano, existam quase 100 mil animais a viver em CRO. “Isto é muito preocupante mesmo em termos económicos”, afirmou.
A redução do IVA na alimentação dos animais e dos serviços médico-veterinários é outra das medidas sugeridas por Laurentina Pedroso para “aliviar a carteira dos portugueses”. No entanto, afirmou que quem abandona os cães e os gatos não são os que vivem “estrangulados economicamente” mas sim aqueles que não gostam deles. A provedora referiu, ainda, a importância de criar um sistema nacional de saúde para os animais em risco (animais errantes, animais que vivem em CRO ou em associações).
Responsáveis da PSP e da GNR alertaram para o facto de nem sempre ser possível encontrar locais para deixar os animais recolhidos durante a noite.