As fraudes relacionadas com investimentos em criptoativos e o uso de aplicações para transferência imediata de dinheiro são as que motivam mais inquéritos, de acordo com as queixas apresentadas à PJ.
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O número de queixas que a Polícia Judiciária (PJ) recebe por dia relacionadas com burlas informáticas não pára de aumentar, somando-se mais de 18.800, em 2023. E só os crimes relativos a investimentos em criptoativos motivaram a abertura de 553 inquéritos nos primeiros seis meses do ano. O fenómeno é explicado pelo uso cada vez mais frequente dos meios digitais e pela proliferação de meios de pagamentos, nem sempre associados a uma entidade bancária. As autoridades alertam que estes crimes deverão aumentar na Black Friday e no Natal.
Recentemente, dois homens fingiram ser responsáveis de uma empresa e ordenavam transferências ou solicitavam alterações das contas bancárias para onde deviam ser feitos pagamentos. Acabaram detidos pela PJ, na semana passada, por suspeitas de burla qualificada, acesso ilegítimo e branqueamento. Este é um dos exemplos mais recentes relacionados com burlas informáticas. No total, são mais de 51 participações diárias registadas pelas autoridades. Só em 2023, a PJ recebeu 18.815 inquéritos. São mais 40% do que em 2019, quando o número de crimes foi de 13.432. Entre janeiro e junho deste ano, já se registaram 7319. A multiplicação dos “cartões de pontos, de supermercado ou de gasolineiras, que nos remetem para cartões que não têm um banco associado”, e a “virtualização dos cartões têm possibilitado mais casos”, afirma Carlos Cabreiro, diretor da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica da PJ.