Em média, as secundárias (públicas e privadas) dão aos alunos mais 4,25 pontos, em pauta, face às médias obtidas pelos mesmos alunos nos exames nacionais. E tendo essa fasquia em vista, os dados dizem que quase metade das escolas públicas inflacionam as notas dos seus alunos acima dessa fasquia.
Corpo do artigo
O JN contactou as cinco escolas públicas com maior discrepância entre as notas dadas aos alunos e os resultados das provas nacionais, mas só teve resposta da Básica e Secundária (EBS) de Campo, que coloca os seus próprios alunos em sétimo lugar no ranking das públicas, mas desce para 479.ª lugar nas notas dos exames (contando com as privadas, cai para 601.º lugar). O resultado da EBS de Campo foi analisado com base nas oito disciplinas consideradas pelo JN (as feitas por mais alunos), mas a escola assegura ter feito mais seis exames, a Geometria Descritiva e Filosofia. Contando o total de 48 exames, garante, a média obtida nas provas sobe para 10,59.
Em segundo lugar surge Vilar Formoso, onde vai uma distância de sete pontos entre as notas dadas na pauta e as dos exames.
Estas duas escolas levaram a exame poucos alunos, pelo que uns poucos maus resultados são suficientes para baixar a média da escola. Mas os alunos da EBS de Pinheiro, em Penafiel, fizeram 159 exames e a disparidade é, também, significativa: arredondando, é de 6,69 pontos.
Olhando à posição obtida no ranking nacional, um facto salta à vista. As escolas que mais inflacionam as notas estão entre as mais mal colocadas a nível nacional, quando a avaliação é feita pelos resultados dos exames. Pelo contrário, as que dão notas mais próximas das obtidas numa prova igual a nível nacional estão entre as melhores do país. A mesma leitura pode ser feita para as públicas.
A pública que mais aproxima a sua nota à dos exames é a Rainha D. Amélia (Lisboa), a 43.ª melhor secundária do país. Pouco mais de dois pontos separam as notas. A a Monte da Ola, de Viana, é a melhor pública do país e também uma das que menos inflacionam as notas.
