Escolas não conseguiram validar a totalidade dos dados dos docentes até esta quinta-feira, numa altura em que muitos funcionários escolares estão de férias. Pagamento é feito no mês seguinte com retroativos.
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A maioria dos professores não vão sentir em setembro os efeitos da recuperação do tempo de serviço. O prazo para as escolas procederem à atualização dos dados dos professores termina esta quinta-feira, numa altura em que muitos funcionários escolares estão de férias. Os docentes com os processos por validar só recebem o montante nos meses seguintes.
O Ministério da Educação garantiu que ninguém ficará sem o pagamento da recuperação do tempo de serviço e o valor de setembro será pago com retroativo. A verdade é que o facto de muitos funcionários e membros das direções escolares encontrarem-se em período de férias, tornou difícil a validação de todos os dados.
De acordo com Manuel Pereira, presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares, afirma que o “prazo é feito por quem não está nas escolas”, admitindo que a maioria não conseguiu cumprir. “Quando começamos a acertar os processos para inserir na plataforma do IGeFE , descobrimos que há muitos dados que faltam. “Há professores que pertencem a uma determinada escola mas nunca trabalharam nela e outros que não trabalham há muito tempo e têm o processos noutros estabelecimentos”, explica.
"São funcionários com o apoio dos diretores das escolas que estão a fazer este trabalho", revela. Ainda assim, Manuel Pereira nota que as escolas estão a encarar a atualização dos processos com normalidade, uma vez que o Ministério da Educação garantiu que os docentes que vão receber o valor de setembro, posteriormente, com retroativos.
Também Filinto Lima, da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, informa que existem processos que só vão ser regularizados em setembro, mas “sem perda de direitos dos professores”.
Professores estão cansados
Questionado sobre a falta de professores no início do ano letivo, Manuel Pereira realça que ainda não é possível avançar com um número exato de docentes em falta.
“Os professores vão apresentar-se ao serviço na próxima segunda-feira e só nesse momento é possível perceber as necessidades que vão surgir”, admitindo, contudo, que os profissionais estão “cansados da burocracia, da falta da valorização da carreira docente e até da insubordinação dos alunos”, atesta.