Habitação, aborto, imigração e bicadas aos adversários: o que disseram os oito líderes na campanha
Enquanto o dia de reflexão não chega, leia ou releia as frases dos oito líderes partidários que, tema a tema, marcaram e resumem esta campanha eleitoral.
Corpo do artigo
Entre arruadas, comícios, visitas várias e passagens por todo o país nas dezenas de ações de campanha levadas a cabo ao longo das últimas duas semanas, muito foi dito pelos líderes dos principais partidos que concorrem às eleições legislativas de domingo. Pedro Nuno Santos, Luís Montenegro, André Ventura, Mariana Mortágua, Rui Rocha, Paulo Raimundo, Inês Sousa Real e Rui Tavares falaram - não cada um, mas ao todo - sobre salários, saúde, habitação, segurança, imigração, impostos e outros temas que chegaram à campanha por via de ações ou declarações exteriores aos oito principais, como a lei do aborto. Pelo meio, não faltaram acusações de parte a parte, com a Esquerda a lembrar o passado da Direita democrática e a avisar para os perigos presentes e futuros da extrema-direita, e com a Direita, por seu turno, a arrasar a governação socialista, cuja maioria absoluta nenhum dos candidatos saúda, de uma ponta à outra do espetro.
Pedro Nuno Santos (PS)
Rendimentos
"Esta maioria do povo que se levanta todos os dias de manhã para ir trabalhar sabe que, com o PS, os seus rendimentos melhoram. Com a direita, param, congelam ou andam para trás."
Habitação
"Até 2026, são 32 mil casas [no parque público de habitação]. Muitas estão entregues, muitas estão em obra e outras em projetos, inclusivamente em municípios do PSD. Estamos a falar de um investimento sem precedentes na história da nossa democracia. Infelizmente, durante décadas, achou-se que o mercado resolveria o problema da habitação, mas não resolveu. Com os nossos governos, iniciou-se um caminho, que está a dar os seus resultados, mas, obviamente, leva tempo. O pior que podia acontecer era travar este processo que foi iniciado. Não podemos andar para trás."
Saúde
“Isto é um exemplo do que nós queremos continuar a fazer pelo país todo: investir no nosso SNS, nos nossos hospitais, nos nossos centros de saúde. Esse é o caminho, o caminho não é desistir do SNS, antes pelo contrário. É investir nele e conseguir que ele dê resposta a mais utentes. É isso que estamos a fazer aqui e este é um exemplo do que quermos multiplicar.” (visita à obra do futuro hospital de Sintra)
Direita
"Lutar por Portugal não é uma opção mas um dever; defender Portugal dos ilusionistas das direitas não é uma opção mas um dever; defender o Serviço Nacional de Saúde daqueles que o querem entregar aos privados não é uma opção mas um dever. Temos o dever de defender Portugal, de defender o Estado social, de defender as conquistas de Abril no ano em que comemoramos os 50 anos da revolução. Agora somos nós e os portugueses, não há cá intermediários. Nisso, ninguém bate o PS. Temos uma relação de proximidade e de confiança. Estou focado numa vitória que trave o avanço das diferentes direitas."
"Temos de votar PS para o PS ganhar, porque do outro lado o que teremos é um PSD contagiado pelo radicalismo liberal da Iniciativa Liberal e pelo radicalismo populista do Chega. Nós queremos um Governo liberto do populismo, nós queremos um país liberto do liberalismo radical, nós queremos um país de progresso económico e social que respeite todos."
"Aquilo que a AD tem apresentado são rostos do passado, são respostas do passado, é uma mudança para trás, quando aquilo que nós queremos é uma mudança para a frente. Mudança faz-se aqui, no PS."
Passos Coelho
"Não é o espírito da AD de 1979 que vai pairar na campanha. É mesmo o espírito de Pedro Passos Coelho que vai estar sempre presente em toda a campanha. Passos disse em abril de 2011 que era um disparate dizer-se que iria cortar o 13.º mês. Não cortou só o 13.º mês, cortou o 13.º mês e cortou o 14.º mês."
Ferrovia
"Enquanto outros encerraram linhas ferroviárias, nós abrimos linhas, renovámos, eletrificamos e modernizámos."
Aborto
“A AD quer referendar o aborto. Não podemos fazer de conta que isso não aconteceu. Fizemos avanços importantes, há assuntos que estão resolvidos em Portugal. Houve um referendo e o referendo foi vencido. Aquilo que vemos é uma AD a querer voltar para trás, ao tempo da prisão e da criminalização e do risco de vida para a mulher”
Fiscalidade
"Quando a direita apresenta uma aventura fiscal, o que está a fazer é a puxar o cobertor para os de cima, deixando os pés descobertos à maioria dos jovens em Portugal. Que nenhum jovem se deixe enganar."
"O choque fiscal que a AD quer propor é um choque fiscal para alguns, mas é na realidade um xeque-mate ao Estado social, à maioria do povo português."
Luís Montenegro (AD)
Esquerda
"Foi com um Governo de Esquerda, aliás, um, não três governos de Esquerda seguidos que o Estado social atingiu o seu pior momento desde o 25 de Abril. Foi exatamente agora que o Serviço Nacional de Saúde (SNS), que a escola pública, que as políticas públicas da habitação, da cultura, do desporto atingiram o seu pior momento."
Pedro Nuno Santos
"Não há melhor exemplo de falhanço governativo que o doutor Pedro Nuno Santos, por mais caminhadas que ele faça, solitárias, por vias ferroviárias que estão em obra, mas que não estão hoje ao serviço das pessoas. Aliás, devo dizer uma coisa: o doutor Pedro Nuno Santos foi ao longo dos anos um bom fazedor de powerpoints, isso foi, mas foi muito pouco fazedor de trilhos, seja na rodovia, seja na ferrovia, seja até no transporte aéreo."
Estado Social
"O PS quer mais Estado, quer utilizar o Estado para si próprio, e no fim do dia deixa sempre as coisas muito pior. O Estado social socialista hoje é uma vergonha, que envergonha a esquerda, que envergonha os princípios socialistas."
Mudança
"Eu quero dizer-vos, nós somos a mudança segura. Nós não somos uma aventura e não prometemos aquilo que não podemos cumprir.Não vai ser de um dia para o outro, vamos ter de implementar uma cultura de mudança, de ambição, de transformação. Alguns resultados vão demorar algum tempo a chegar à vida quotidiana das pessoas, mas vão chegar."
Imigração
"É preciso regulação e é preciso que isso depois se expresse numa política de integração mais efetiva, para nomeadamente não criar zonas de insegurança, zonas onde as populações estão mais expostas a situações, enfim, que lhes dão um sentimento de insegurança que nós devemos obviar."
Reformas
"Vou-vos dizer aqui uma coisa que nunca disse na campanha, vou-vos dizer aqui pela primeira vez, para ser muito claro sobre isso: se eu algum dia tiver de cortar um cêntimo numa reforma, demito-me."
Fiscalidade
"Quando dizemos que baixamos os impostos queremos dizer duas coisas: às pessoas que trabalham, que vale a pena trabalhar. Não aceito um país em que muita gente que trabalha tem menos dinheiro do que muita gente que não trabalha."
Aborto
"Esse assunto é um assunto que está absolutamente arrumado. Nós não vamos ter nenhuma intervenção nesse domínio [do aborto] na próxima legislatura." - na sequência das declarações de Paulo Núncio (AD), que abria a porta a um novo referendo e novas medidas visando a reversão da lei do aborto.
Chega
"Eu quero dizer a essas pessoas que eu compreendo-as e sei que elas não são extremistas, e sei que elas não são racistas, e sei que elas não são xenófobas. Eu sei. E também sei que elas acham que o líder deste partido não vai resolver nada. E também sei que elas sabem que o programa deste partido não traz soluções."
Resultados das eleições
"Eu disse antes, estou a dizer durante e é mesmo o meu compromisso: eu só governarei como primeiro-ministro se ganhar as eleições."
Mariana Mortágua (BE)
Eleições
"O objetivo do Bloco de Esquerda nestas eleições é ganhar, e ganhar quer dizer duas coisas: quer dizer uma maioria com a esquerda e só uma maioria com a esquerda garante estabilidade ao país e só uma maioria com a esquerda garante que pomos a saúde primária em primeiro lugar, garante médico de família, enfermeiro de família e equipa de saúde familiar."
SNS
"Ouvi já nesta campanha Pedro Nuno Santos dizer que o PS não dará nenhum passo atrás na defesa do Estado Social e ainda bem que o disse, é um bom início de conversa ter a garantia que não serão dados passos atrás, mas, para que o SNS não recue, não basta não dar passos atrás, não é suficiente deixar tudo como está ou dar alguma garantia que não se vai privatizar mais bocados do SNS."
Salários baixos
"Os partidos têm que fazer uma escolha: de que lado é que estão. Eu e o meu partido nunca vacilámos, pusemos a palavra precariedade no mapa, estivemos ao vosso lado em todas as lutas e estamos agora, faça chuva ou faça sol."
Imigração
"A ideia de que há um problema de segurança associado à imigração é uma mentira, é desmentida por todos os factos. O que nós temos que dizer ao país é que, para que a economia funcione, para que a Segurança Social funcione, para que as pensões sejam pagas, Portugal tem o dever de acolher as pessoas que o procuram. E tem o dever de acolher as pessoas que o procuram em nome dessas pessoas, que querem uma vida melhor, mas também em nome das pessoas que já cá viviam e que também têm o direito de viver nesta sociedade pacífica, em paz, tolerante, capaz de integrar todos."
Pensionistas e jovens
"Quero dar uma garantia aos pensionistas, aos jovens, aos contribuintes: aqui está o Bloco de Esquerda, como sempre, para desfazer contas erradas, para desfazer o abuso que a direita gostaria de impor, e isso é certo como dois mais dois serem quatro."
Aborto
"Nenhum desses truques passará. As mulheres vão continuar a fazer a sua escolha e livremente. Nem um passo atrás, ouçam bem, a lei vai ser completada e nós cá estaremos para cumprir esse compromisso. Ouçam bem aquilo que dizemos"
Direita
"A escolha é entre fugir para trás ou puxar para a frente. Fugir para trás é entregar o poder aos defensores dos cortes nas pensões, do maior aumento de impostos na história, da perseguição às mulheres que foi o Governo com Passos Coelho, Paulo Portas e Montenegro."
Cavaco Silva
"Cavaco Silva esteve sempre do lado do mau Governo, esteve sempre do lado das decisões erradas, das decisões que castigaram as pessoas. Quem olha para o passado e se lembra dos tempos de governação da direita é disso que se lembra: de retrocesso, de perda de direitos e nós não queremos voltar a esse passado."
Durão Barroso
"Quando ouvimos Durão Barroso é a Goldman Sachs que está a falar, são os grandes interesses económicos que estão a falar, é o regresso a esses tempos sombrios da troika, da austeridade, para que meia dúzia de bancos internacionais pudessem lucrar com as vidas do nosso povo e o povo não esquece esses tempos e não esquece do papel que Durão Barroso teve."
PS
"O PS falhou e falhou e falhou e não há comício do PS que explique e que mostre o contrário ao nosso povo. Menos arrogância, mais soluções. Menos soberba, mais humildade. É isso que dizemos daqui ao PS."
Chega
"Parecem-me declarações de aprendiz de Bolsonaro sobre supostas ilusões de condicionamentos que não existem." - sobre a alegação pelo Chega da possibilidade da anulação de votos no seu partido
Indecisos
"Quero assumir aqui o meu compromisso com todas as pessoas que estão indecisas, com todas as pessoas que não sabem ainda em quem votar e esse compromisso é que o voto no Bloco é o voto para uma maioria que vai transformar o país, uma maioria com a esquerda, uma maioria para baixar o preço da casa, para melhorar as condições do SNS, da educação, dos salários."
Rui Rocha (IL)
Mudança
"É o momento de fazer escolhas. Queremos uma escolha de futuro ou queremos um país virado para o passado e preso àquilo que foi o bloco central, a ocupação do Estado por clientelas e a ineficiência."
Jovens
"Isto já não é só uma questão dos jovens, os jovens tomarão a sua posição nas próximas eleições, isto é uma questão das outras gerações. Nós, como pais e avós, temos obrigação moral de construir um país onde os jovens podem e querem ficar."
Chega
"Estamos a falar de um partido completamente irresponsável e, portanto, nós não nos entendemos com irresponsáveis. Como é que eu posso ter algum tipo de entendimento com um partido que é profundamente estatista e que tem um conjunto de medidas que nem a esquerda moderada as defende?"
PS
"A pobreza é um dos falhanços mais clamorosos das últimas décadas, um falhanço do PS, nomeadamente e, sobretudo, na medida em que nessas últimas três décadas esteve no poder 21 anos, portanto, isso demonstra bem a incapacidade do PS em fazer com que a sociedade e a economia portuguesa seja uma sociedade e uma economia de oportunidades."
Pedro Nuno Santos
"Pedro Nuno Santos, da forma como saiu do Governo, numa empresa não voltaria a ter responsabilidades. Como é que pode agora aspirar sequer a ser primeiro-ministro de Portugal?"
AD
"Não vou fazer apelos a Luís Montenegro, nós apresentamos [ao PSD] 10 desafios para transformar Portugal, pusemos esses 10 desafios sobre a mesa e mostrámos, com isso, como é determinante que a IL esteja no dia 10 de março incluída numa solução de transformação real de Portugal."
Economia
"São números positivos, mas insuficientes. Nós não negamos quando eles são positivos, não negamos isso. O que nós estamos a dizer é que estamos em limiares muito baixos ainda. Temos de ter uma economia a crescer muito mais, a gerar muitas mais oportunidades para que aquilo que temos como objetivo dos 1500 euros líquidos de salário médio em Portugal até 2028 seja possível. É preciso a economia crescer a sério." - sobre o crescimento da economia de 2,3% em 2023
IRS
"Quero mesmo lançar daqui um desafio a Luís Montenegro, quero desafiar Luís Montenegro a comprometer-se a aliviar em IRS 100 euros por mês a quem ganha o salário médio em Portugal."
Paulo Raimundo (PCP)
Campanha
"É abismal a diferença entre os temas de debate e a vida das pessoas. E é de sublinhar o alinhamento de todos com a agenda da bolha mediática e o brutal afastamento do dia a dia de milhões de pessoas que cá vivem e trabalham. Esta bolha quis e, pelos vistos, quer que se fale muito da forma e pouco do conteúdo."
Salários
"Não há nada que justifique que não haja aumento dos salários. Não há nada que justifique estes milhões de lucros e a vida de cada um de nós cada vez mais apertada. Precisamos de ser valorizados, respeitados e precisamos de ter uma coisa com a qual se paga as contas, a renda, a alimentação, que é salário. E salários não são bónus ou prémios, é aquilo que cai ao final do mês de forma certa."
"O Chega, a IL, o PSD e o CDS e a maioria absoluta do PS têm nas mãos um pacto a funcionar há dezenas de anos. E esse é o pacto que é preciso romper: o pacto dos baixos salários, da precariedade, da falta de condições de resposta à vida das pessoas... isso é que está a empurrar as pessoas para fora do país."
Cultura
"A cultura é um pilar da democracia e tem de ser valorizada, estimulada, protegida e acarinhada. É parte do nosso projeto de uma sociedade evoluída, fraterna e justa, é uma componente fundamental sem a qual a democracia nunca se concretizará de forma verdadeira. Mas não é uma bandeira que desfraldamos nas eleições e depois pomos na gaveta no resto dos dias."
Reformas
"Os reformados deste país têm o direito a serem respeitados e a terem um envelhecimento com qualidade de vida e dignidade. O aumento da esperança de vida não é um problema, nem um encargo; é um avanço da civilização que tem de ser protegido e bem tratado."
SNS
"O que vai estar em decisão no próximo dia 10 de março não é a bipolarização entre PS e PSD. A verdadeira bipolarização é entre aqueles que acham que, de forma mais rápida ou menos rápida, o caminho é o desmantelamento do SNS ou aqueles que acham que a solução para utentes e profissionais passa por um SNS mais robusto e com mais meios para dar a resposta necessária."
Maioria absoluta do PS e Direita
"O voto na CDU serviu para o combate à maioria absoluta e ao prosseguimento da política de direita. As opções da maioria absoluta do PS, na prática, nestes últimos dois anos, roubaram as bandeiras ao PSD, à IL, mas também ao Chega, desde logo quando subjugaram os interesses nacionais e o poder político aos interesses dos grupos económicos e quando se recusaram, juntos, aos direitos dos trabalhadores e ao urgente aumento dos salários."
"Aquilo que vem do PSD e do CDS é lá para diante, se alguma vez viesse; que aquilo que vem do Chega e da IL, idem idem, aspas aspas; e aquilo que vem do PS é o choque dos 12 volts. Não precisamos do choque de 12 volts, precisamos de um choque salarial de alta voltagem. E daqui fica o desafio: o PS está ou não está disponível para acompanhar a CDU nesta justa reivindicação de choque salarial de alta voltagem e agora?"
Passos Coelho
"Acho bem que Passos Coelho participe, ao menos assim fica claro para onde nos querem levar outra vez o PSD, o Chega, o CDS e a Iniciativa Liberal. Ao menos fica claro."
André Ventura
"André Ventura no fundo, está a marimbar-se para as pessoas e para os problemas das pessoas. O que quer é chegar ao poder."
Apelo ao voto
"O voto na CDU é o voto necessário, é o voto indispensável, é o voto hat trick: um voto que vale por três. Vale pelas soluções, vale por aquilo que condiciona outros e vale pelo combate à direita. Este, sim, é o voto útil, necessário, indispensável, o voto do povo e dos trabalhadores. Ninguém decide pelo povo. Contamos com a sua sabedoria, com o seu reconhecimento e por isso temos de ter confiança no nosso povo."
André Ventura (Chega)
PS e AD
"Nos últimos dias temos assistido a uma discussão entre os líderes da AD e do PS, que podia ser sobre quem tem melhores propostas para o país, mas não é, a discussão entre Montenegro e Pedro Nuno Santos é quem é que fez menos mal ao país."
“PS e PSD são a mesma coisa, o mesmo insucesso, as mesmas políticas, a mesma corrupção, os mesmos lugares, as mesmas soluções”, criticou, defendendo que o Chega constitui “a única solução para Portugal.”
"Essas campanhas vão de tal forma de bizarria em bizarria que, ontem, Nuno Melo até apelou à vitória de Pedro Nuno Santos. Ele não se enganou, isto é o que vai na alma deles, eles são as muletas do PS. Isto é a alma da AD."
"Quando olhamos para o estado a que este país chegou, pergunto-me como é que PS e PSD podem estar com estes valores nas sondagens, só pode ser falso", começou por dizer. Quem ainda estiver a pensar votar no Partido Socialista tem de tomar a medicação, porque as coisas não estão muito bem.”
Pedro Nuno Santos
"Pedro Nuno Santos, eu não sei se ele é o mais impreparado da história do PS, não sei se é o mais incapaz da história do PS, não sei se é quem tem mais amnésia, mas há uma coisa que sei, é o maior mentiroso que o PS já pôs como candidato a umas eleições."
"Pedro Nuno Santos, o grande modelo dele, aliás vê-se pelos fatos e pelas expressões, era José Sócrates. Todos eles andaram ao colo com José Sócrates, é a mesma escola."
Pedro Passos Coelho
"Basicamente, o que Pedro Passos Coelho disse hoje foi 'ponham os olhos no Chega' (...) Desconfio cá para mim que até ao fim desta campanha ou até ao fim deste ano, ou na pior das hipóteses até ao fim da legislatura, eu acho que Pedro Passos Coelho ainda se muda para o Chega. Queria agradecer ao meu amigo Pedro Passos Coelho por ter conseguido em poucos minutos de discurso ter explicado a Luís Montenegro tudo o que eu ainda não consegui explicar em dois anos de liderança de Luís Montenegro. Terá ido apoiar Luís Montenegro ou dar-lhe um estalo na cara e uma lição? Só pode ter sido isso."
Professores
"Nós ouvimos os professores e estabelecemos um compromisso, não de uma recuperação total num ano, porque isso não era possível e só de forma irresponsável se podia dizer uma coisa dessas, mas uma recuperação que fazia sentido, ao longo da legislatura de quatro anos. O nosso compromisso é sério e para ser honrado. Nós recuperaremos o tempo de serviço integralmente nos quatro anos de uma legislatura e cumpriremos esta palavra."
Defesa
"Durante anos habituámo-nos a viver debaixo de um chapéu norte-americano na NATO, estamos a ver agora que nós só podemos confiar em nós. A guerra chegou às nossas portas na Ucrânia, não sabemos se não pode chegar noutras zonas da Europa, temos que investir em defesa."
Portagens
"Se o Chega for governo no dia 10, nos primeiros 30 dias nós lançaremos uma comissão para abolir as portagens em todo o território nacional, uma comissão que vá lançar as bases da abolição de portagens em todo o território."
Segurança e imigração
"Hoje temos polícias com medo de usar as armas, medo de intervir quando estão em assaltos, quando estão a tentar parar rixas. Temos polícias que têm medo de agir porque sabem que o prejudicado ao fim do dia não vai ser o bandido, vai ser o polícia, com processos disciplinares, com perseguições e etc."
"Nós não queremos mais bandidos em Portugal do que aqueles que já cá temos."
Clima e agricultura
"Há, de facto, hoje um extremismo climático que prejudica a agricultura, a indústria e que prejudica as empresas, isso parece-me evidente. Agora, dizer que os agricultores vão pegar em armas para formar milícias ou grupos de combate nos campos e nas estradas é um enorme disparate, que até prejudica a imagem dos agricultores."
Corrupção
"Nos últimos anos tem sido moda haver leis com nome dos políticos, quase sempre com má fama. A lei Cristas foi para despejar pessoas, os impostos Mortágua foram para aumentar impostos sobre a habitação e sobre as casas - impostos que elas não pagam, mas que criaram para os outros. Se um dia na próxima legislatura, ou noutra, houver uma lei Ventura, gostava que esta lei fosse para garantir que o património dos corruptos ia ser confiscado e que ninguém poderia recorrer abusivamente para evitar ser julgado em Portugal."
Pensões
"Não temos medo das palavras. Por isso, deixo a garantia solene de que não haverá, em quatro anos, nenhuma pensão abaixo do salário mínimo em Portugal", vincou.
Voto de protesto
“O voto de protesto não é nada de dispiciendo e desprezível! O voto de protesto é um país cansado de ser roubado e de andar há 50 anos a trabalhar para sustentar quem não quer fazer absolutamente nada."
Livre
Solução à Esquerda
"Vou reiterar o que digo desde o início desta campanha e que o Livre tem dito sempre: o Livre, se houver uma maioria à Esquerda, é parte da solução, se houver uma maioria à Direita, é parte da oposição."
"Roubar votos entre partidos à esquerda não faz a esquerda crescer. Pode alimentar muito, ainda por cima, sectarismos internos que são sempre indesejáveis, mas além disso não nos aproxima sequer um centímetro da vitória que a esquerda precisa de ter nestas eleições."
"A Esquerda pode e deve ganhar estas eleições, a Esquerda pode ser o contraforte contra as tentações autoritárias de alguns, mas também sabemos que a Esquerda pode ganhar estas eleições melhor ou pior. Pode ganhar tendo aprendido alguma coisa dos erros e insuficiências do passado ou não tendo aprendido nada. Pode ganhar com taticismo ou com uma estratégia de futuro."
Extrema-direita
"Aquilo que me é dado a avaliar exteriormente, por aquilo que Luís Montenegro diz, é uma grande dose de ingenuidade em relação ao real perigo da extrema-direita."
Direita
"Acho que esta maioria absoluta não foi suficiente, mas o que eu vejo é que a Esquerda nos seus debates mostrou elevação e mostrou conteúdo, as governações da esquerda nesta última década e meia, a começar pela geringonça, deixaram satisfação. E a Direita, quando traz os seus ex-primeiros-ministros, o que traz são más memorias."
"O PSD e as lideranças históricas do PSD têm de decidir afinal o que é que querem. Se é dizer que foram obrigadas a fazer o que tiveram de fazer durante a 'troika' ou se têm orgulho no que fizeram durante a 'troika', se quiseram ir além da 'troika'."
Fiscalidade
"É que os cortes de impostos ajudam mais aos que têm mais, e menos aos que têm menos."
PAN
Causas PAN
"Ninguém na Assembleia da República trabalha as matérias de proteção animal, ambiental, de direitos humanos essenciais e da própria coesão territorial como o PAN tem trabalhado ao longo destes anos e, com um grupo parlamentar, teremos muito mais força para dar voz aos territórios."
"Dar mais um ou outro deputado ao PS ou ao PSD não fará qualquer diferença, mas termos um grupo parlamentar faz toda a diferença para as causas que representamos."
Animais
"Como o PAN tem defendido, nós precisamos de mais políticas públicas que permitam ajudar as famílias que têm animais, mas também as associações, nomeadamente reduzindo o IVA das rações e dos cuidados médico veterinários dos 23% para os 6%."
AD
"Não nos revemos naquilo que tem sido a agenda da Aliança Democrática, que tem sido uma agenda que, de alguma forma, vem trazer um revivalismo, quer do ponto de vista das opções públicas para o emprego, quer também das questões sociais tão relevantes como o subsídio de desemprego para as pessoas ou até mesmo em matéria de igualdade de género."
Luís Montenegro
"Luís Montenegro optou por dar a mão a um conservadorismo e fazer uma campanha digna dos tempos de 1970, ao invés de estar no século XXI a acompanhar aquele que é o progresso civilizacional e as preocupações como as que o PAN defende como o respeito pela vida animal ou o combate às alterações climáticas."
Passo Coelho
"Passos Coelho vem aproximar a AD da agenda mais extremista da Direita, em vez de trazer a social-democracia para o centro democrático. São opções do Partido Social Democrata que o PAN não acompanha."
Chega
"Nós achamos que é uma irresponsabilidade por parte do Chega estar aqui a trazer mecanismos eleitorais ou estratégias eleitorais como as que vimos nos Estados Unidos para pôr em causa o ato eleitoral" - depois de André Ventura ter alegado a possibilidade da anulação de votos no seu partido
Aborto
"Virem dizer que é preciso voltar a referendar o direito ao aborto é um passo atrás nos direitos das mulheres e demonstra que há claramente uma diferença entre o PSD e a Aliança Democrática."