A afluência às urgências está aumentar em alguns hospitais do país e as razões para a elevada procura são variadas. Uns falam na "disfunção crónica da rede de Urgência", com doentes não urgentes a entupir o serviço; outros, num aumento de queixas respiratórias. Há ainda quem registe casos semelhantes ao pré-pandemia mas com "maior gravidade".
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O Hospital de S. João, no Porto, teve na segunda-feira a maior procura "de sempre" no serviço com 1022 admissões. Foi "um dia triste", que já não se repetia desde 2008. A elevada procura resulta de "uma mescla de razões", que incluem a "disfunção crónica da rede de Urgência" e o "aumento desmesurado" de doentes com suspeitas de covid-19.
Em Gaia, também há "um aumento significativo" de episódios de urgência desde o início do mês. As situações de infeção respiratória têm aumentado e obrigaram à expansão do espaço dedicado a estes doentes. No Pedro Hispano, em Matosinhos, o maior número de casos covid-19 justifica a crescente procura no último mês.
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Já em Coimbra, a afluência subiu 20% desde o início do ano até março e, desde então, o "valor elevado" mantém-se. Ao serviço chegam, essencialmente, situações semelhantes ao "pré-pandemia", mas muitas vezes com "maior gravidade". Os casos suspeitos de covid-19 têm-se mantido estáveis.
O Hospital de Braga reporta uma maior afluência desde fevereiro e uma "elevada percentagem de atendimentos não urgentes". De janeiro a abril, 47% dos atendimentos foram relativos a utentes com pulseira azul ou verde.
O Santo António, no Porto, também registou, nos últimos dias, um acréscimo de procura. No entanto, sem impacto no funcionamento do serviço. Quanto ao Centro Hospitalar de Lisboa Norte, "o padrão de episódios de urgências é semelhante ao das últimas semanas" com "mais doentes complexos" a dar entrada. No Amadora-Sintra, em maio, o recurso às urgências aumentou 9%.
Tal como o JN noticiou, há hospitais a defender a regulação do acesso às urgências, fechando a porta a doentes sem referenciação do centro de saúde, da linha SNS24 ou do INEM. Os hospitais de S. João e de Gaia consideram que manter a cobrança de taxas moderadoras nestes casos é positivo, mas não acreditam num "impacto significativo" para regular a procura.