
Serviço de doenças infecciosas do Hospital de São João, no Porto
Pedro Correia/Global Imagens
O Hospital de São João, no Porto, é a única unidade de saúde no Norte preparada para receber pacientes com coronavírus. Embora não haja registos de transmissão por via aérea, há no segundo piso da unidade uma sala de pressão negativa equipada para evitar a propagação do vírus. Os equipamentos instalados são "provavelmente acima do que é necessário".
O diretor do serviço de infecciologia, António Sarmento, mantém-se otimista. "Nesta fase, é perfeitamente suficiente", defende. "Não se sabe como vai ser o futuro", mas a prioridade é apenas uma: "impedir uma cadeia de contágio dentro do país". No caso de tal cenário ocorrer, além da sala de pressão negativa, serão disponibilizadas as 26 camas que existem no serviço. Os doentes, atualmente em tratamento de outras doenças infetocontagiosas, serão transferidos para outras salas do hospital.
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"Temos uma linha bem definida em termos de circuito e admissão do utente", conta a enfermeira-chefe, Marlene Teixeira. "Se vier validado pela Direção-Geral de Saúde ou pela linha de Saúde 24, à partida, entra diretamente no serviço", onde aguardam "profissionais especificamente direcionados", protegidos e supervisionados para tratar imediatamente o utente sinalizado. No chão, há linhas de diferentes cores que limitam a "zona circular, a zona potencialmente contaminada e a não contaminada", destinadas à circulação dos funcionários e pessoas externas. Apenas quem está devidamente protegido - luvas, fatos impermeáveis, viseiras e máscaras - pode pisar a zona vermelha.
"O circuito foi adaptado", explica a enfermeira, sublinhando que o São João é um "centro de referência para outras doenças emergentes", entre as quais o ébola e o vírus H1N1.
Com equipas de três profissionais, todos os passos são supervisionados e conferidos, desde o vestuário de proteção ao momento em que é descartado. Pela unidade já passaram dois casos suspeitos, mas até ao momento não há casos positivos em Portugal.
