Hotelaria quer rever pacote Mais Habitação e aumentar poder de compra das famílias
A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) sugere um conjunto de medidas que ajude a revitalizar o setor agastado por uma "má tesouraria", devido "sobretudo ao cenário inflacionista". Por isso, em comunicado, partilham várias medidas que gostariam que o próximo Governo anotasse.
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A AHRESP desenvolve, na nota enviada às redações, 14 medidas que respondem a quatro áreas cruciais do setor: fiscalidade, emprego, investimento e coesão territorial.
A associação propõe a "reposição integral de todas as bebidas sem exceção da taxa intermédia do IVA, a redução da carga fiscal sobre a atividade do Alojamento Local" ou a exclusão da contribuição sobre embalagens de utilização única. Para fomentar o emprego, a AHRESP sugere a redução da taxa do IRC, de forma a "ajudar a melhorar as condições salariais dos trabalhadores".
Gostariam ainda de ver revistos os escalões de tributação de IRS, a fim de aumentar o rendimento líquido das famílias, sem esquecer programas de apoio à integração de imigrantes, com apoio a rendas na habitação e cursos de formação.
Investimento ágil e direto
A AHRESP quer também a criação de mecanismos financeiros e de subvenção com vista "à redução do endividamento das empresas e à reposição de capitais próprios até aos níveis pré-pandemia", e pede "instrumentos financeiros ágeis e diretos tornando-os devidamente adaptados aos novos comportamentos da procura". Os responsáveis lembram medidas que cubram "a eficiência energética e hídrica e de transição digital" e desejam mais celeridade na justiça económica com "menores tempos de análise, resposta e atribuição ou reembolso dos apoios financeiros às empresas".
Dinamizar os territórios
A associação propõe ainda um plano que "promova um adequado desenvolvimento económico nestes territórios, assim como uma adequada estruturação da oferta turística". Pretendem a suspensão das medidas do pacote Mais habitação relativas ao Alojamento Local até que "sejam realizados e apresentados estudos sobre o real impacto do AL na crise da habitação que sustentem a aprovação das medidas restritivas". Falam ainda de um programa que dinamize os produtos regionais "direcionado aos produtores locais de territórios de baixa densidade e às empresas da restauração e do alojamento que adquiram esses produtos".
Na visão da associação, estes tópicos podem "atenuar os constrangimentos que impedem as empresas de recuperar e estabilizar as tesourarias" e ainda permite que "as famílias consigam voltar a ter rendimentos que aumentem o seu poder de compra".