Sociólogos dizem que, tal como noutros países, discurso conservador presente no livro apresentado por Passos Coelho serve para acordos com extrema-direita.
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O ataque à ideologia de género feito no livro apresentado por Pedro Passos Coelho não é um apenas mais um discurso conservador e desatualizado, alertam os sociólogos ouvidos pelo JN, mas sim uma réplica da estratégia já usada noutros países para fazer alianças com a extrema-direita. Neste caso, para justificar um eventual volte-face no “não é não” de Luís Montenegro ao Chega na hora de viabilizar o Orçamento do Estado.
Júlia Garraio, investigadora do Centro de Estudos Sociais, lembrou, ao JN, que “estas mobilizações em Portugal contra o que se chama de ideologia de género, no fundo contra os direitos das pessoas LGBT e os direitos reprodutivos, existem há cerca de uma década”. Ou seja, “em termos de debate, não há nada de novo” e o livro apenas se transformou num acontecimento por ter sido apresentado por Passos Coelho e no contexto atual, de governo minoritário.