O jornal do Vaticano, "L'Osservatore Romano", defende Bento XVI, garantindo que o Papa não contrariou o Concílio Vaticano II ao levantar as excomunhões de quatro bispos ordenados por D. Marcel Lefebvre.
Corpo do artigo
Era a resposta à polémica nos "media" a propósito do levantamento das excomunhões e às declarações extremistas de um dos quatro bispos, o inglês D. Richard Williamson, sobre o Holocausto judaico. Afirmou a uma Televisão sueca que não morreram seis milhões de judeus, mas apenas 300 mil! Foi a opinião de um bispo que ainda não se integrou na comunhão com a Igreja Católica. O líder dos lefebvrianos, D. Bernard Fellay, condenou as afirmações de Williamson, pedindo perdão ao Papa. "L'Osservatore Romano" defende que "a reforma do Concílio (…) está tão consolidada na Igreja Católica que não pode entrar em crise por um gesto magnânimo de misericórdia, inspirado, também, no novo estilo de Igreja promovido pelo Concílio". A Igreja deplora, como o faz no decreto conciliar "Nostra aetate", "os ódios, perseguições e manifestações de anti-semitismo". Bento XVI também reafirmou a sua "total e inquestionável solidariedade" com os judeus com quem quer manter o diálogo que será mutuamente vantajoso, o que agradou ao Grão-Rabinato de Israel, que, afinal, não cortou relações com o Vaticano, como se disse.