O padre que denunciou à Comissão Independente e ao Ministério Público 12 sacerdotes por abusos sexuais foi julgado por três juízes diocesanos do Tribunal Patriarcal de Lisboa pelos crimes de falsidade e lesão ilegítima de boa fama e condenado a pedir desculpa, pessoalmente, a um dos envolvidos e a doar um salário.
Corpo do artigo
De acordo com o jornal "Expresso", o padre Joaquim Nazaré denunciou publicamente 12 sacerdotes, entre eles o padre Nuno Aurélio, um sacerdote da diocese de Lisboa, agora na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Paris. Foi este padre que apresentou queixa e pediu a condenação de Nazaré.
O sacerdote Nuno Aurélio teria sido apontado pela família de uma vítima de abusos, que cometeu suicídio em 1997. Ainda de acordo com a família, o jovem terá sido vítima de abuso sexual quando era catequista na paróquia do Senhor dos Aflitos, na Cruz Quebrada, em 1997.
Nuno Aurélio, que nunca foi condenado por abusos sexuais em nenhum tribunal, avançou com uma queixa para o Tribunal Patriarcal de Lisboa, que acabou por lhe dar razão e condenar Joaquim Nazaré. “Dado que a prova incumbe a quem acusa, torna-se evidente que as afirmações do acusado são difamatórias e caluniosas”, refere a sentença, com data de 26 de julho.
O tribunal eclesiástico determinou ainda que, enquanto o padre Joaquim Nazaré não pagar a multa a que foi condenado, está proibido de exercer na área do Patriarcado de Lisboa “qualquer ofício, especialmente o de pároco”.