<p>A Igreja Católica em Portugal tenta acertar no modo de fazer pastoral nos dias de hoje. Na assembleia plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), no dia 17 do corrente, em Fátima, foi apresentado o instrumento de trabalho para os próximos anos.</p>
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O objectivo é repensar juntos a pastoral da Igreja em Portugal. "Pretende-se envolver num caminho sinodal, em comunhão e colaboração, a nível diocesano e nacional, os múltiplos agentes pastorais" - sublinha o documento, esclarecendo que "não se trata de realizar um sínodo nacional mas tão só adoptar o espírito e o estilo sinodal".
Os bispos propõem como método o "discernimento pastoral": "Trata-se de um processo de observação, análise e perscrutação dos sinais de Deus na realidade da vida da Sociedade e da Igreja". Indicam "a todos os pastores das dioceses e aos dirigentes e responsáveis das variadas expressões da Igreja em Portugal a prática da comunhão e da colaboração eclesial em ordem à identificação das linhas comuns de acção pastoral".
O resultado, espera-se, não será obra de iluminados, como é corrente em Igreja, pensando e agindo de cima para baixo, fazendo da pastoral um condomínio fechado, mas obra da prática sinodal com a participação alargada de agentes pastorais, padres e leigos.
Os bispos, nas jornadas em Fátima, já começaram o processo de "repensar juntos a pastoral da Igreja em Portugal", revendo experiências e ouvindo o contributo de peritos em teologia e pastoral e de figuras da sociedade civil e da cultura. Até Março próximo, far-se-á o trabalho de discernimento pastoral. Na assembleia plenária de Novembro de 2011, os bispos definirão as orientações pastorais comuns para a Igreja em Portugal e, em 2014, será avaliado o caminho pastoral feito, e a sua possível continuidade.
Desenha-se uma nova maneira de ser Igreja, que terá em conta o caminho sinodal e a metodologia da mesa redonda, para a abordagem, entre outras, das prioridades pastorais de que fala o documento: "a exigência da formação cristã, para sermos melhores fiéis e darmos testemunho do Evangelho; o empenho criativo, ardente e frutuoso na nova evangelização, com um modo cristão e eclesial novo de estar e agir no mundo; a reorganização das comunidades cristãs, que passa pela descoberta de novas formas de exercício do ministério sacerdotal e a implementação da diversidade de ministérios eclesiais".