IL quer ouvir Marta Temido no Parlamento sobre caso das gémeas luso-brasileiras
A Iniciativa Liberal anunciou, esta quarta-feira, que vai apresentar um requerimento, no Parlamento, para ouvir Marta Temido, ex-ministra da Saúde, e as anteriores e a atual administração do Hospital de Santa Maria, na sequência do caso das gémeas luso-brasileiras que receberam um tratamento de quatro milhões de euros.
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Segundo Rui Rocha, presidente da IL, “não há factos que explicam as decisões tomadas” e, por isso, é “muito importante” saber “se os recursos, que são escassos do SNS, são ou não bem alocados, se há ou não interferências políticas ou outras, de outra natureza, na gestão e na alocação destes recursos”.
O líder dos liberais salienta que, apesar da posição conhecida do presidente da República “que afirma não ter tido nenhuma interferência”, é necessário que os restantes responsáveis políticos – a ministra da Saúde e as antigas e atual administrações do Hospital de Santa Maria - , “venham a este Parlamento explicar o que aconteceu”. “Não vamos, agora, questionar a posição do senhor presidente da República”, observa.
“Na ausência de explicações, precisámos de perceber se, de facto, houve ou não interferências e de onde é que elas vieram”, realça.
No Parlamento, questionado pelos jornalistas sobre se tem expetativa de que o PS aprove este requerimento, Rui Rocha disse que, “tratando-se de uma matéria tão sensível” e numa altura em que existem “portugueses com tantas dificuldades de acesso à saúde, com listas de espera, que passam noites em centros de saúde para tentarem ter uma consulta”, não se compreendia que não houvesse interesse do PS em esclarecer uma “matéria em que há esta suspeita de favorecimento”. “É algo em que o próprio PS tem interesse, seguramente, em esclarecer. Mais ainda num período como aquele em que estamos a entrar”, disse, aludindo às eleições legislativas antecipadas.
“Por algum motivo, se o PS for recusar a aprovação, como fez em tantos outros momentos desta legislatura em situações igualmente sensíveis, nós provavelmente recorreremos à possibilidade de usar um potestativo”, adiantou.