Pedidos de ajuda aos centros de apoio nacionais dispararam. Número provisório de utente perpetua-se e obriga a pagar cuidados pela tabela do SNS. Falta informação dos serviços.
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Os imigrantes em situação irregular, oriundos de países asiáticos, sul-americanos ou africanos, sem acordos com Portugal no domínio da saúde, não têm acesso a assistência gratuita e a medicamentos comparticipados. Pobres, vulneráveis, com dificuldades de comunicação esbarram no preconceito, na falta de informação dos serviços e na morosidade dos processos de autorização de residência. Andam em bolandas num sistema que desconhecem, com um número provisório de utente que dura muito mais do que deveria e dá direito a quase nada. Os pedidos de ajuda relacionados com a saúde feitos aos centros de apoio ao imigrante e à linha telefónica do Alto Comissariado para as Migrações (ACM) dispararam em 2022 e já bateram recordes este ano.
No ano passado, os quatro centros nacionais de apoio à integração de migrantes (CNAIM) - Norte, Lisboa, Beja e Algarve - e a Linha de Apoio a Migrantes do ACM fizeram 1448 atendimentos na área da saúde, mais 48% do que no ano anterior. Este ano, já atingiram os 1474 atendimentos, segundo informação enviada, ao JN, pelo gabinete da ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares. Os pedidos de ajuda estão relacionados com o acesso ao SNS, nomeadamente aos centros de saúde e consultas de especialidade nos hospitais, com a comparticipação de medicamentos e com taxas moderadoras, especificou o gabinete de Ana Catarina Mendes, em resposta a uma pergunta dos deputados do PCP ao Governo.