"Impunidade": Professoras agredidas pedem mais responsabilização das famílias
Professoras do Porto e de Setúbal sentem-se “abandonadas” e criticam “impunidade”.
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Carla Pais e Maria Ferreira [nome fictício] não se conhecem e têm um problema em comum: são ambas professoras, foram ambas agredidas e as duas sentiram-se abandonadas por um sistema em que os agressores saiem “impunes”.
Em 25 anos de serviço, Carla Pais foi agredida duas vezes. A primeira vez em 2019, quando a docente de 1.º ciclo exercia funções de coordenadora de uma escola no Porto. A mãe de uma aluna, cuja docente estava em casa com o filho doente, entrou escola a dentro e agrediu-a. Chamou a Escola Segura, foi ouvida no DIAP mas desde então nada sabe do processo. Mudou de agrupamento. Há cerca de um mês, ao ir buscar uma aluna à sala de Inglês, levou com um estojo na cabeça. Um aluno de outra turma agrediu-a e insultou-a. Voltou a chamar a Escola Segura. Assim que a mãe do rapaz chegou perguntou-lhe porque tinha chamado a polícia por causa de um aluno do 3.º ano. Foi ameaçada pela mãe à frente do agente, que a identificou.